O ex-jogador e atual senador Romário (PSB-RJ) elogiou autoridades dos Estados Unidos e da Suíça pela operação de combate à corrupção no futebol mundial deflagrada nesta quarta-feira, que resultou na prisão, entre outros, do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin.
Romário também fez críticas pesadas ao atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e ao presidente da Fifa, Joseph Blatter.
"Muitos dos corruptos, ladrões que fazem mal ao futebol foram presos, inclusive um dos maiores do país no que se refere ao esporte, que se chama José Maria Marin. Infelizmente não foi a nossa polícia que prendeu, mas alguém tinha que prender um dia, ladrão tem que ir para a cadeia", disse Romário em audiência na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado.
"Espero que isso repercuta positivamente e essas ações entrem definitivamente na América do Sul e no Brasil, para a gente limpar definitivamente do nosso futebol esses corruptos, como por exemplo o Marco Polo Del Nero", acrescentou.
Marin, que presidiu a CBF de 2012 a abril deste ano e foi o presidente do comitê organizador local da Copa do Mundo de 2014, está entre sete dirigentes do futebol mundial presos nesta quarta-feira em Zurique como parte de investigações dos Estados Unidos e da Suíça sobre corrupção no esporte.
Romário afirmou ainda na comissão do Senado espera que a ação contra a corrupção tenha impacto na eleição presidencial da Fifa, na sexta-feira, em que o atual presidente da entidade, Joseph Blatter, que não foi envolvido nas acusações, vai buscar um quinto mandato. Blatter tem como concorrente único o príncipe Ali Bin Al Hussein, da Jordânia.
"Acredito que com isso alguma coisa modifique, porque existe a expectativa, pelo menos minha, de o próprio presidente Blatter também ser preso, e definitivamente a gente colocar no comando dessas instituições --Fifa, Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e CBF-- pessoas que sejam dignas", afirmou o ex-jogador.
Procurada pela Reuters, a CBF não tinha comentários de imediato.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)