Caso o presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo, volte a ocupar o cargo, dará prioridade a uma reformulação ampla na diretoria da entidade. Inicialmente, deve se ver livre de boa parte dos diretores ligados ao ex-presidente Marco Polo Del Nero, banido do futebol pela Fifa em 2018 por envolvimento em escândalos de corrupção. Esse grupo é majoritário na entidade.
Caboclo chegou à presidência da CBF no rastro da punição de Del Nero. Foi o candidato dele na última eleição e obteve a quase totalidade dos votos, sem enfrentar nenhum adversário. Em razão disso, manteve a “diretoria de Del Nero”. Mais recentemente, os dois romperam relações e o ex-presidente passou a trabalhar intensamente nos bastidores para desgastar Caboclo e tirá-lo da confederação.
Acusado de assediar sexual e moralmente uma funcionária da casa, o que ele nega, Caboclo está fora da presidência há mais de 70 dias, por determinação da Comissão de Ética da CBF. Na quarta-feira (25), será conhecida a posição dos três julgadores desse colegiado, apreciada no mesmo dia em assembleia que conta com as 27 federações estaduais de futebol.
Qualquer punição proposta contra Caboclo necessita da aprovação de pelos menos 21 dessas entidades. Se esse número não for alcançado, ainda na eventualidade de a comissão defender a penalização do presidente, ele estará livre para reassumir o posto. Cenário que seria um baque para Del Nero e seus fiéis escudeiros.
O voto na assembleia é secreto e nos últimos dias cresceu a insatisfação em várias federações com o grupo de Del Nero por causa da intenção dele de fazer do atual vice Gustavo Feijó, colecionador de polêmicas, o próximo presidente da CBF. Isso pode beneficiar Caboclo.