Secretário de Segurança da Argentina, Sergio Berni deveria ser o responsável por coibir a violência no país. Mas, ao menos quando o assunto é futebol, ele está completamente perdido. Com os incidentes do clássico entre Boca Juniors e River Plate em repercussão, Berni cobra posicionamento da Associação do Futebol Argentino (AFA).
"A AFA tem que intervir. Não tenho nenhuma dúvida, porque está tudo podre", disparou o secretário, tentando encontrar alguém que assuma o combate à violência no futebol argentino. "É um conjunto de políticas factível. E creio que deveria ser alguém de fora, não pode ser os mesmos apaixonados, que estão limitados por paixão, negócios e pela cadeia de responsabilidades", alertou Berni.
O secretário diz estar de mãos atadas entre a passividade da AFA e a relação amigável que os clubes têm com os barra bravas. Berni garantiu que resolveria a questão em grande parte se tivesse à disposição o sistema biométrico de ingresso aos estádios, além do "direito de admissão" - este último permite ao clube barrar qualquer torcedor que tenha passado de envolvimento com violência ligada ao esporte.
Atualmente a Argentina conta com a tecnologia para a compra de entradas e acesso aos estádios, mas o sistema é limitado. Clube de cadastro mais amplo, o River Plate tem apenas 18,7% dos torcedores registrados. A iniciativa é da AFA, que não prevê grande aumento na sistematização em um futuro próximo.