Dono do cargo de maior confiança de Joseph Blatter, o secretário-geral Jérôme Valcke deve acompanhar o presidente inclusive no adeus à Fifa. O fiel escudeiro revelou nesta sexta-feira seus planos de deixar a entidade assim que um novo mandatário for eleito, em fevereiro.
"Seja quem for o novo presidente, este deve escolher um novo secretário-geral. É a relação mais importante para qualquer organização", opinou Valcke, simbolicamente assinando a carta de demissão com sete meses de antecedência.
A saída de Blatter, e consequentemente de seu secretário-geral, está marcada para o dia 26 de fevereiro do próximo ano. Na sede da Fifa, em Zurique, será realizada a eleição presidencial convocada às pressas após a renúncia do suíço. A Fifa passou pelo mesmo processo na última semana de maio, quando o atual presidente venceu o príncipe Ali bin Al-Hussein e garantiu seu quinto mandato. Dias depois, no entanto, Blatter abriu mão da completar 21 anos no cargo e resolveu sair com 17.
Os últimos meses de Blatter na presidência têm sido turbulentos. Escândalos de corrupção são deflagrados com frequência, e as investigações da Justiça dos Estados Unidos já estariam rondando o suíço. Valcke, porém, não se vê envolvido em tais problemas.
"No comando da gestão, posso estar orgulhoso sobre o que a Fifa tem feito, porque a administração nunca fez parte de nenhuma das histórias sobre a Fifa", alega o secretário-geral, que aproveita para se defender das denúncias - até aqui não provadas - de que estaria envolvido em recebimento de suborno.
"Sou responsável pelo que aconteceu? Realmente não estou envolvido e não tenho nada a ver com o caso. A função do secretário-geral é implementar as decisões tomadas pelo congresso e do Comitê Executivo a Fifa", argumenta.