O técnico Vítor Pereira costuma frequentar com discrição um restaurante da Rua Ronald de Carvalho, em Copacabana, na zona sul do Rio. Não chamem Gabigol para dividir a mesa com ele. Nem sequer para sentar perto. Claro, são duas pessoas civilizadas e não haveria nada de tão grave assim caso esse encontro ocorresse. De todo modo, é bom evitar.
Gabigol bateu pé e diz que só quer voltar a jogar se for para vestir a camisa 9, a que os atacantes de ofício usam por tradição. Tem todo o direito de fazer isso, até porque se sacrificou várias vezes pelo time para que Pedro pudesse ser escolhido também como titular.
Mas é aí que reside o problema. Pedro está em excelente fase, e não é de hoje. Chegou a disputar o Mundial do Catar, no final do ano passado, e tem sido o principal jogador do Flamengo na temporada. E é de Pedro hoje a “9”.
Ciente de seu crédito altíssimo com a torcida do Flamengo, pois foi o melhor em campo nas finais das duas últimas Libertadores conquistadas pelo clube, em 2019 e 2022, Gabigol jogou a casca de banana para Vítor Pereira.
Como o treinador não desfruta de boa relação com a torcida rubro-negra, a atitude de Gabigol põe mais pressão ainda sobre o comandante da equipe. Os próximos capítulos desse enredo prometem emoção ... e tensão.