Mário Jorge Lobo Zagallo foi jogador, treinador e tetracampeão da Copa do Mundo. O Velho Lobo, como ficou conhecido, morreu aos 92 anos, no Rio de Janeiro e, além de sua carreira, eternizou frases.
Mário Jorge Lobo Zagallo foi uma figura marcante na história do futebol brasileiro e mundial. Entre conquistas e polêmicas, diversas frases icônicas se tornaram marca registrada do ex-jogador e ex-treinador multicampeão, que morreu aos 92 anos, no Rio de Janeiro, na sexta-feira, 5.
Relembre algumas das frases imortalizadas pelo 'Velho Lobo' - teve até bordões criados.
- “Vocês vão ter que me engolir”
Frase dita após a conquista da Copa América, em meio a críticas, em 1997
- “Posso morrer agora, não tem problema”
Declaração dada após conquista da Copa América em 2004
- “Ai sim, fomos surpreendidos novamente”.
Frase que virou bordão, dita quando a seleção perdeu para a Holanda nas semifinais da Copa da Alemanha em 1974.
- “Brasil campeão e Argentina vice, tem 13 letras”
O número 13 era muito dito por Zagallo. Com seu falecimento, em homenagem ao seu número da sorte, está sendo compartilhada a frase “Zagallo eterno tem 13 letras”
- “Foi uma derrota rumo ao penta”
Frase de 1997, após derrota da Seleção Brasileira para a Noruega
- "Sexo nesta idade é normal. Tem o azulão aí"
Frase dita por volta de seus 80 anos, ao revelar ter uma vida sexual ativa
- “A cabeça dele deve estar boa à beça. Cheia de euros”.
Frase dita sobre o desempenho de Ronaldo Fenômeno, em 2005
Trajetória multicampeã
Zagallo foi o único futebolista tetracampeão da Copa do Mundo. Nascido em Atalaia (AL), atuava como ponta-esquerda e começou nas categorias amadoras do America-RJ. No clube do coração, conquistou seu primeiro título, o Campeonato de Amadores do Rio de Janeiro. Também conquistou o Torneio Início do Campeonato Carioca, em 1949.
Um ano depois, foi transferido ao Flamengo. Pelo Rubro-Negro, foi tricampeão do Carioca, entre 1953 e 1955. Mas, logo após a Copa do Mundo de 1958, assinou com o Botafogo, onde conquistou dois títulos estaduais, a Taça Brasil e atuou ao lado de Garrincha, Didi e Nilton Santos.
Os títulos pelos clubes cariocas chamaram a atenção e os olhares da Seleção Brasileira a Zagallo, que atuou na conquista das Copas de 1958 e 1962. O ponta-esquerda era conhecido pela velocidade, inteligência tática e deslocamentos rápidos.
Aposentadoria e carreira como treinador
Zagallo pendurou as chuteiras em 1966 e iniciou a carreira como técnico nas categorias de base do Botafogo. Com passagens como treinador pelo Glorioso e pelo Flamengo, o Velho Lobo, como passou a ser conhecido posteriormente, também treinou o Vasco da Gama, o Fluminense, Bangu, Portuguesa e o Al-Hilal, da Arábia Saudita.
A relação de Zagallo com a Seleção Brasileira também teve sequência após a aposentadoria como jogador. O treinador comandou a Canarinho nas conquistas de 1970 e 1994, título este que o sagrou como o único tetracampeão da Copa do Mundo. Seu último trabalho foi em 2006, como parte da comissão técnica de Carlos Alberto Parreira.
Luto
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, decretou luto de sete dias em homenagem à memória do “eterno campeão”, como explicado em nota divulgada pela Confederação. Além disso, também foi decretado um minuto de silêncio em todas as partidas da primeira rodada das Eliminatórias da Copa do Nordeste, que começa neste sábado, 6.
"A CBF e o futebol brasileiro lamentam a morte de uma das suas maiores lendas, Mário Jorge Lobo Zagallo. A CBF presta solidariedade aos seus familiares e fãs neste momento de pesar pela partida deste ídolo do nosso futebol ", afirmou Rodrigues.
Em 2022, a Confederação inaugurou uma estátua em homenagem a Zagallo no Museu da CBF.