A Torcida Jovem, segunda maior organizada do Grêmio, anunciou por meio do Twitter nesta sexta-feira que vai abolir os termos "macaco" e "macacada" das músicas entoadas contra o arquirrival Internacional nas arquibancadas. Após os insultos racistas sofridos pelo goleiro Aranha, do Santos, em partida na Arena do Grêmio na última quinta, pela Copa do Brasil, os torcedores tricolores resolveram trocar as palavras vetadas por "colorados".
A partir de hoje 29de Agosto, em reunião a Torcida Jovem estaremos abolindo o termo macacada do tradicional atirei o pau no inter "continua"
— Torcida Jovem Grêmio (@oficialtjg)
August 29, 2014
Não sigam músicas com o termo macaco quando cantadas no estádio, isso mancha o nome da nossa gloriosa torcida tricolor.
— Torcida Jovem Grêmio (@oficialtjg)
August 29, 2014
Faltou: agora será cantado "colorados", a zuação no estádio tem limites, e isso foi longe demais. Tradição - RESPEITO - Humildade
— Torcida Jovem Grêmio (@oficialtjg)
August 29, 2014
Na rede social, a torcida também fez críticas à jovem flagrada por câmeras do canal ESPN Brasil direcionando gritos de "macaco" a Aranha. Na opinião da organizada, a atitude racista "cuspiu na bandeira tricolor que carrega a estrela de Everaldo" e "ignorou o hino de Lupi" - referências ao ex-lateral gremista Everaldo, titular da Seleção Brasileira tricampeã mundial em 1970, e ao compositor Lupicínio Rodrigues, autor do hino do Grêmio. Ambos eram negros.
Torcida Jovem em apoio ao goleiro Aranha do Santos. Punição aos envolvidos e banimento do estádio já!!
— Torcida Jovem Grêmio (@oficialtjg)
August 29, 2014
Essa menina cuspiu na bandeira tricolor que carrega a estrela de Everaldo.Essa imbecilidade preconceituosa ignorou o hino de Lupi!
— Torcida Jovem Grêmio (@oficialtjg)
August 29, 2014
O termo "macaco" é historicamente usado por gremistas para se referir à torcida do Internacional, que nas primeiras décadas do século XX era visto no Rio Grande do Sul como o "time do povo", aceitando negros e mulatos na equipe e tendo o apoio de parte maior da população pobre. Com o passar dos anos, parte dos colorados deixou de considerar o termo pejorativo, e atualmente há torcedores que utilizam a palavra em seus gritos e até adotam a figura do macaco como mascote.