O currículo vencedor de Renato Gaúcho sempre estará marcado por grandes conquistas e quedas memoráveis, como a ocorrida na noite dessa terça (30), em Porto Alegre, no confronto entre Grêmio e River Plate pela semifinal da Libertadores. No avesso das vitórias históricas e dos títulos ao longo de sua carreira como jogador e técnico, Renato Gaúcho já tem o que contar do time argentino por muitos anos. As lembranças, nesse caso, não são tão boas assim.
Perder uma vaga à final da Libertadores, levando dois gols nos minutos finais da partida dessa terça, em casa, diante de milhares de gremistas apaixonados, dói mais ainda para Renato Gaúcho por causa do adversário. O River Plate, gigante do futebol argentino, já havia aprontado uma parecida com essa em cima de Renato.
Foi em outubro de 1991, quando ele acabara de ser contratado pelo Grêmio – jogava no Botafogo. A equipe gaúcha vivia profunda crise, rebaixada para a Segunda Divisão nacional e Renato Gaúcho era visto com esperança para ajudar a recuperar o prestígio tricolor. Na rodada inicial da SuperCopa, que reunia os campeões da Libertadores, Renato fez um gol, no Olímpico - o Grêmio abria 1 a 0 e assim se credenciava à próxima fase (no jogo de ida, houve empate por 2 a 2, em Buenos Aires).
Mas o time dirigido por Daniel Passarella conseguiu o empate e levou a disputa da vaga para os pênaltis. Na vez de sua cobrança, Renato Gaúcho tomou distância e chutou muito mal, a bola passou longe do gol, por cima do travessão. Na sequência, viu seu time ser superado pelo River Plate (4 a 3) e ser eliminado da competição. Uma noite amarga, revivida 27 anos mais tarde, agora intensamente dolorosa, pois o Grêmio estava a meio passo de uma nova final de Libertadores. Provavelmente, Renato Gaúcho vai ter ainda novas noites de pesadelo, tudo isso por causa do River Plate.