No início da tarde desta terça-feira (10), o boletim do Jornal Hoje apresentado por Sandra Annenberg no SP1, comandado por César Tralli, informou a reviravolta no caso Neymar-Najila. A Polícia Civil de São Paulo indiciou a modelo por denunciação caluniosa, fraude processual e extorsão.
De acordo com nota oficial do órgão, o ex-marido de Najila Trindade, Estivens Alves, também foi indiciado por fraude processual, além do indiciamento por divulgação de material erótico – ele teria fornecido imagens da modelo a um repórter.
A acusação de estupro e agressão contra Neymar Jr. foi recusada pela Polícia, que não o indiciou, e também pelo Ministério Público e a Justiça.
“Decidimos pelo arquivamento do processo por não haver provas suficientes. Isso não significa a absolvição do averiguado. Há a possibilidade de reabertura do inquérito”, despachou a juíza Ana Paula Vieira de Moraes, da Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher.
De vítima, Najila passou a ser vista como vilã – e coube ao atacante do Paris Saint-Germain o papel de injustiçado.
Sem fazer juízo de valor a respeito de culpabilidade, o caso ganha contornos novelescos com base no velho maniqueísmo dramatúrgico do ‘culpado ou inocente’.
Durante o processo de investigação, Najila foi descrita por parte da imprensa e nas redes sociais como personagem maquiavélica de uma trama soturna. As poucas entrevistas a canais de TV, ao invés de ajudá-la, fizeram despencar o apoio popular que recebera inicialmente.
Todo mundo passou a imaginar que o desfecho seria dramático para a jovem. Dito e feito. Já para Neymar, o indiciamento triplo de sua acusadora é uma importante vitória na reconstrução de sua imagem pública afetada por esse e outros episódios polêmicos nos últimos tempos.
Mas será preciso muito mais do que isso para reabilitar a figura midiática do jogador. Ele precisa urgentemente de um gerenciador de crise a fim de minimizar os danos ao seu estrelato e preparar o terreno para um indispensável reposicionamento de marca. Hoje, Neymar recebe mais vaias do que aplausos.
Isolada, Najila não tem muitas opções. Ou permanece longe dos flashes e câmeras de TV – e faz uma defesa discreta para tentar se livrar da mão pesada da Justiça – ou ressurge para capitalizar algo da fama inglória da qual não conseguirá se livrar nunca mais. O advogado da modelo dá a entender que ainda vai produzir muito barulho contra Neymar.
O que começou como prazer casual numa suíte em Paris, a cidade dos amantes, se tornou um folhetim triste da vida real. Não há final feliz para ninguém.