Protesto por moradias populares fecha entorno do Estádio Mané Garrincha

14 jun 2013 - 10h57
(atualizado às 12h16)

O entorno do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, é palco nesta sexta-feira de um protesto de cerca de 800 pessoas. Com barricadas e queima de pneus, os manifestantes interditaram parte do acesso à região da arena, que recebe o jogo Brasil x Japão pela primeira rodada do Grupo A da Copa das Confederações.

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A manifestação seria organizada pelo Movimento Copa Para Quem?, que integra diversos movimentos sociais – entre eles, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O grupo já havia feito semelhante protesto na inauguração do estádio para pedir moradias.

Segundo os organizadores, o custo da reforma do estádio – que superou R$ 1,2 bilhão, segundo relatório do deputado federal Romário – foi todo bancado pelo governo do Distrito Federal. O DF, por sua vez, levantou a verba vendendo terrenos da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) à iniciativa privada.

O grupo que protesta nesta sexta-feira afirma que os terrenos vazios na região do estádio poderiam virar moradias populares. Segundo o MTST, mais de 1,5 mil famílias estão desabrigadas em Brasília e nas cidades-satélites.

Na manifestação, o Movimento Copa Para Quem? promoveu a queima de pneus na Avenida Eixo Movimental, uma das principais da capital federal, provocando muita fumaça na região. O trânsito foi parcialmente bloqueado.

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No manifesto divulgado pelos articuladores, o Copa Para Quem? promete realizar "durante toda a semana uma série de ações e atos em diversas cidades do País (...) e denunciar as violações de direitos humanos que estão ocorrendo por conta da realização dos megaeventos esportivos (Copa do Mundo 2014 e Olimpíada 2016) e dos megaprojetos".

<p>Grupo questiona falta de moradias após venda de terrenos à iniciativa privada</p>
Grupo questiona falta de moradias após venda de terrenos à iniciativa privada
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Polícia negocia e leva manifestantes à sede do governo

Por volta das 11h15, a manifestação no Eixo Monumental perdeu força, permitindo que os policiais retirassem da pista os pneus. Os manifestantes então partiram para o Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal. Até aqui, as forças de segurança negociam com os manifestantes, mas desvincula as ações dos grandes torneios esportivos no País.

“É hiperativo para o governo federal que não se cause prejuízo para a população de Brasília, que se abra o eixo. Uma vez aberto, vou convidar os integrantes do movimento para que sigam ao Palácio do Buriti. Estou aguardando os líderes do movimento para que eu possa mobilizar os órgãos necessários do governo para conversar com os manifestantes. Pediram uma série de demandas que não tem envolvimento nenhum com Copa do Mundo. A Copa do Mundo é um ato perfeito para a sociedade de Brasília”, disse o tenente-coronel Rogério Leão, chefe da Casa Militar do DF, que foi além.

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“As demandas deles serão avaliadas pelos órgãos competentes do governo. Todos os atos feitos para a Copa do Mundo foram feitos dentro dos princípios legais. Em momento algum nenhum movimento foi prejudicado. O governo tem planos de moradia, tem trabalhado a todo instante por essas questões. Já criou mais de 50 mil moradias para a população em geral”, completou. Curiosamente, ao chegar à sede do governo, a cerca de 200m do local do protesto, o grupo se encontrou com outra manifestação - desta vez, de técnicos de enfermagem, que prometem igualmente marcha ao estádio caso não sejam atendidos pelo governo.

Segundo Leão, os manifestantes chegaram às imediações do estádio dentro de caminhões frigoríficos. O militar prometeu reforço na segurança do local para a partida entre Brasil e Japão neste sábado, pela abertura da Copa das Confederações. O jogo pelo Grupo A será o único em Brasília pela Copa das Confederações.

Fonte: Terra
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