Dentre as 67 atletas que largaram nesta segunda-feira para a primeira eliminatória feminina do sprint feminino no cross-country da Olimpíada de Inverno de Sochi (Rússia), Kelime Cetinkaya passava longe de ser uma favorita. Afinal, a esquiadora turca largava no 66º lugar, posição determinada pela colocação no ranking da Federação Internacional de Esqui (FIS).
De fato, Cetinkaya não conseguiu acompanhar as concorrentes de terminou na última colocação. Mesmo assim, deixou a pista do Laura Biathlon & Cross-Country Center, na cidade de Krasnaya Polyana, satisfeita: além de ter participado pela quarta vez das Olimpíadas de Inverno (2002, 2006, 2010 e 2014), ainda se aposentou perto das amigas que fez no esporte.
“Sim, estou me aposentando”, disse Cetinkaya, 31 anos. “Estou aqui apenas para participar. É importante estar pela quarta vez em uma Olimpíada, mas vim aqui para dar meu máximo. Tivemos muitas corridas neste inverno, então estou um pouco cansada. Foi meu primeiro esquiatlo (uma das modalidades do cross-country, prova realizada no sábado), minha segunda prova aqui. Essas não são meus primeiros objetivos, já que corro provas de 5 km e 10 km.”
Na última prova de sua carreira como atleta olímpica, Cetinkaya se encontrou com uma das amigas que fez nas competições: Jaqueline Mourão. A brasileira terminou a prova do sprint apenas duas posições à frente da adversária turca, mas ganhou um depoimento elogioso da lanterna da prova.
“Jaqueline é uma de minhas melhores amigas. Conheço ela há oito anos. Na maioria das provas, corremos juntas. Às vezes, eu passo ela; às vezes, ela me passa. Ela é ótima, eu gosto muito de competir com ela. É uma das minhas melhores amigas no cross-country”, disse Kelime Cetinkaya, porta-bandeira da delegação da Turquia na Cerimônia de Abertura da Olimpíada de Inverno de 2010, em Vancouver (Canadá).
Jaqueline, por sua vez, comemorou a lembrança da amiga. “Ela é mamãe também. A gente ficou grávida praticamente na mesma época (2010). É uma superatleta, uma pessoa forte demais”, destacou a brasileira, que destacou ainda as amizades feitas nas competições.
”Acho isso importante isso que o esporte traz para a gente: conhecer pessoas do mundo inteiro, pessoas especiais. A gente sempre fica muito contente quando encontra uma com a outra. Antes o inglês dela era um pouco fraco, e a gente ficava: ‘nossa, como é que vai se comunicar?’; agora, ela está aprendendo um pouco mais”, disse a brasileira. “São essas experiências, esses amigos que ficam para o resto da vida. Celebrar o Movimento Olímpico, compartilhar momentos com o mundo inteiro... A Olimpíada é fantástica”.
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