A Casa Branca confirmou nesta segunda-feira (6) um boicote diplomático aos Jogos de Inverno de Pequim 2022, por conta das acusações das violações dos direitos humanos na China.
Na prática, os atletas americanos poderão competir normalmente, mas nenhum representante político do país comparecerá ao evento.
O anúncio foi feito pela porta-voz Jen Psaski, a qual fez dura crítica e condenou a postura do governo chinês. "A administração Biden não enviará nenhuma representação diplomática ou oficial aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Pequim 2022 devido ao genocídio e aos crimes contra a humanidade da República Popular da China em curso em Xinjiang, além de outros abusos de direitos humanos", declarou.
Psaski ressaltou ainda que os atletas do TeamUSA terão "total apoio". "Estaremos torcendo 100% por eles da nossa casa. Não vamos contribuir para a fanfarra nos Jogos".
Há meses, o boicote estava sendo cogitado desde que denúncias de prisão em campos de trabalho forçado de cidadãos da minoria étnica uigur vieram à tona. No mês passado, inclusive, o presidente americano, Joe Biden, confirmou que uma ação estava sendo discutida sobre o caso.
A decisão americana deve abrir portas para medidas semelhantes de outros países, como Austrália e Reino Unido.
Recentemente, as autoridades chinesas ameaçaram uma retaliação caso o boicote diplomático se concretizasse. "Se os Estados Unidos insistirem em manter este caminho, a China tomará contramedidas firmes", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, ressaltando que rever a postura seria o ideal "para não afetar o diálogo e a cooperação entre a China e os EUA em áreas importantes".
Para Lijian, "os Jogos Olímpicos de Inverno não podem ser palco de uma provocação política". "Seria uma mancha no espírito da Carta Olímpica e uma grave ofensa para um bilhão e meio de chineses".
Os Jogos de Inverno de Pequim serão disputados entre os dias 4 e 22 de fevereiro de 2022.