As acusações de propina em torno das obras feitas no Rio de Janeiro para a Copa do Mundo de 2014 ficaram mais extensas. Segundo reportagem divulgada nesta quarta-feira na "Folha de São Paulo", um delator da Odebrecht afirmou à Operação Lava Jato que o ex-governador Sérgio Cabral Filho teria cobrado uma "contribuição" nas obras do metrô e na reforma do Maracanã para o torneio.
Documentos indicariam que o ex-governador tinha como regra cobrar 5% do valor de contrato das obras. Cabral seria beneficiário de R$ 2,5 milhões em propinas na linha 4 do metrô, enquanto o Maracanã, que custaria R$ 700 milhões, passou para R$ 1,2 milhões de gastos.
A acusação de propinas em torno da Copa do Mundo de 2014 teria se estendido ao Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Em delação premiada, Clóvis Renato Primo, ex-executivo da construtora Andrade Gutierrez, disse que houve um pedido de Wilson Carlos, então secretário de Governo da gestão de Cabral para designar 1% das obras ao órgão.
Primo afirmou que o conselheiro José Maurício Nolasco, presidente do TCE na época, receberia a propina. Segundo "O Globo", 21 dos 22 processos relativos à reforma do Maracanã para a Copa estão parados no tribunal.