O Ministério da Defesa anunciou nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, mais uma ação voltada para o enfrentamento ao terrorismo durante os Jogos Olímpicos de 2016. Em iniciativa conjunta das pastas de Defesa e Justiça e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), foi antecipada a criação do Centro Integrado de Combate ao Terrorismo até o final deste ano.
"Estamos na fase de elaboração de protocolos", disse o chefe da assessoria especial de grandes eventos do Ministério da Defesa, general Luiz Felipe Linhares, durante entrevista coletiva no Rio, na qual foi apresentado o plano estratégico de segurança para a Olimpíada. Ele disse que uma das principais atribuições do centro será monitorar e intervir em incidentes que estejam ou possam estar relacionados a atos de terrorismo.
A fase de protocolos, segundo explicou, vai determinar as etapas e hierarquias para que seja executada cada ação em casos específicos. O militar deu um exemplo.
"Se uma mochila ou mala for, a princípio, esquecida no saguão do aeroporto, primeiro temos que isolar a área. Em seguida, a segurança orgânica do aeroporto entra em ação. Na sequência, dependendo das circunstâncias, a polícia militar deve ser chamada. Se houver indício de algo mais grave, o passo seguinte é com o esquadrão antibombas da Policia Civil. Por fim, avaliando-se a gravidade, as Forças Armadas são acionadas".
O general destacou a cooperação de vários órgãos vinculados ao sistema brasileiro de inteligência e de outros internacionais, como a Interpol, para evitar ações terroristas durante a Olimpíada de 2016. "Quando se trata de terrorismo, a integração é fundamental. Estamos sendo abastecidos com muitas informações", declarou.
Olimpíada vai mobilizar 85 mil agentes de segurança
Na maior operação de segurança da história do Brasil, 85 mil pessoas vão participar diretamente das ações que visam garantir a tranquilidade de turistas e integrantes da familia olímpica durante os Jogos. A maioria desses agentes já passa por treinamentos a fim de executar suas funções no ano que vem.
O contingente das Forças Armadas vai ser de 38 mil homens. Os demais integram as polícias militar, civil, federal e rodoviária federal, bombeiros, pessoal da defesa civil e sistema penitenciário, e guarda municipal. "A estimativa é que 80 chefes de Estado vão passar pelo Rio nos 17 dias de competição. A responsabilidade é muito grande, nada pode dar errado", disse Andrei Rodrigues, secretário extraordinário de segurança em grandes eventos do Ministério da Justiça.
Ele destacou que as operações vão estar distribuídas com mais ênfase nas áreas de competição e nas "impactadas", as de grande concentração de público, como as de fun fests. "Com certeza, será o maior esquema de segurança já adotado no País", afirmou Rodrigues. Parte dessas ações já vai ser posta em prática nos eventos-teste olímpicos, que começam a se intensificar em agosto.
Também presente à entrevista, o oficial da Abin Saulo Moura ressaltou que, desde a definição do Rio como sede dos Jogos, começaram a ser preparados relatórios para checar instalações esportivas, locais de hospedagem e centros de treinamentos. Ele informou que o tour da tocha olimpica, de maio a agosto, durante 100 dias, vai requerer também um esquema especial de segurança.
O Ministério da Justiça investiu R$ 350 milhões em segurança para os Jogos. Desse total, R$ 100 milhões foram direcionados para a compra de equipamentos de proteção individual, entre outros fins.
