Paes: Baía de Guanabara não estará despoluída até Olimpíadas

8 jun 2014 - 12h29

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou no sábado que não será possível limpar a Baía de Guanabara até 2016, quando o local receberá as competições de vela durante as Olimpíadas. O Brasil havia assumido o compromisso de reduzir a poluição da baía em 80% até o evento.

De acordo com a agência de notícias Associated Press, Paes lamentou a oportunidade perdida, mas disse que a poluição não representa um risco para a saúde dos atletas. Segundo ele, as provas ocorrerão em partes menos poluídas da Guanabara.

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"Lamento que nós não tenhamos usado os Jogos para limpar completamente a Baía de Guanabara," disse Paes em um evento neste sábado para uma audiência estrangeira, no Rio. Questionado se o governo seria moralmente ou legalmente responsável caso atletas ficassem doentes, ele respondeu: "Claro, eu acho que é nossa responsabilidade."

Velejadores olímpicos que visitaram o Rio de Janeiro descreveram a baía como um esgoto a céu aberto, como reportou recentemente o jornal americano The New York Times. Muitos na cidade estavam céticos desde o início sobre o compromisso de limpar a baía, depois de décadas de promessas não cumpridas de despoluir as águas da Guanabara.

O governo do Estado do Rio de Janeiro é o principal responsável pela despoluição e tratamento de esgoto. Em nota enviada à BBC Brasil em maio, a Secretaria estadual do Ambiente havia dito que o governo conseguiria cumprir o objetivo estabelecido para as Olimpíadas.  “Assim, com a implantação das UTRs (Unidades de Tratamento de Rio) e outras ações, conseguiremos atingir a meta de sanear 80% da Baía de Guanabara para os Jogos", informava a nota.

O Grande Rio tem uma população de cerca de 10 milhões de pessoas e milhões de litros de esgoto sem tratamento são despejados na baía todos os dias. A maioria das pessoas evita se banhar nas praias poluídas no interior da baía.

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Apesar de muitos dos investimentos previstos para os grande eventos não terem saído do papel, Paes insistiu que brasileiros e cariocas terão um importante legado tanto da Copa do Mundo, que começa nesta quinta-feira, quanto dos Jogos Olímpicos.

"As pessoas não vão acreditar em tudo o que dizemos. Acho que temos um problema com desconfiança. Este é um problema que enfrentamos a partir de nossa história. Há muita desconfiança em nossa capacidade de entregar as coisas", disse Paes.

Fonte: Terra
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