Imagine um time olímpico que reunisse em quadra Jordan, Magic, Bird, Pipen... Sim, a nata da NBA em uma Olimpíada.
Como esquecer Barcelona em 1992, não é mesmo?!
Agora imagine colocarmos esses caras em partidas contra seleções internacionais que não somavam nem ao menos dois dígitos de jogadores com a experiência cotidiana da NBA.
Nove, para ser mais preciso.
É isso mesmo. Genialidade a parte, o maior time de basquete da história do esporte enfrentou, nos Jogos de Barcelona, apenas nove atletas estrangeiros que atuavam na NBA. O ainda questionado Dream Team III, de LeBron, Curry e cia., enfrentará 61[!].
Sessenta e um.
Foi-se o tempo no qual a NBA era formada majoritariamente por atletas norte-americanos. Durante mais de 70 anos a principal liga de basquete do mundo passou por diversas transformações, abriu as portas para estrangeiros e viu o jogo dentro de quadra mudar.
Na última temporada, a NBA contou com 125 jogadores internacionais, de 40 países diferentes - maior marca da história da liga. E se o melhor basquete do mundo está na NBA, não será diferente nos Jogos Olímpicos de Paris.
As 12 seleções presentes na França terão representantes da NBA. Seleções da Sérvia e da Grécia têm em seus respectivos elencos dois dos melhores jogadores de basquete do planeta. Estamos falando de Nikola Jokic, pivô sérvio do Denver Nuggetts, e atual MVP da NBA, e do grego Giannis Antetokounmpo, ala do Milwaukee Bucks.
Jokic venceu o prêmio concedido ao melhor jogador da liga, durante a temporada regular, em três oportunidades - duas delas de forma consecutiva. Nikola é o primeiro estrangeiro da história a conquistar tal façanha.
Pela seleção grega, Giannis Antetokounmpo, ala dos Bucks, é outra estrela da NBA presente em Paris. A exemplo de Jokic, Giannis também tem no currículo dois prêmios de MVP da NBA de forma consecutiva, em 2019 e 2020.
A globalização que atingiu a maior liga de basquete do mundo fica evidenciada pela presença desses dois jogadores nas últimas temporadas. O último norte-americano a vencer o prêmio de melhor jogador da NBA foi James Harden, em 2018. De lá para cá, Giannis e Jokic combinaram para cinco prêmios[!], com o “intruso” Joel Embiid vencendo em 2023. É importante destacar que o pivô do Philadelphia 76ers é nascido em Camarões, apesar de estar em Paris e representar os norte-americanos nas Olimpíadas de 2024.
Mas nem só de superestrelas viverão as seleções de basquete masculino em território francês. Jogadores internacionais em ascensão e coadjuvantes de respeito também são conhecidos pelos amantes da NBA.
O Canadá chega às quadras francesas com o que de melhor já teve na história em termos de geração. São 10 jogadores do elenco atuando na NBA com papéis decisivos nas equipes.
Shai Gilgeous-Alexander, do Oklahoma City Thunder, esteve entre os cotados a MVP da última temporada da NBA. Ao lado dele, Jamal Murray, do Denver Nuggets, tem se tornado um dos jogadores mais “clutches” da liga em uma parceria de muito sucesso com Jokic. O elenco talentoso ainda conta com Nickeil Alexander-Walker; RJ Barrett; Dillon Brooks; Luguentz Dort; Trey Lyles; Andrew Nembhard; Kelly Olynyk e Dwight Powell.
Atrás do Canadá em número de atletas da NBA, mas não por muito, está a seleção da Austrália. São nove jogadores da principal liga defendendo os Aussies. Dos experientes Patty Mills e Joe Ingles, aos rodados Josh Green e Dante Exum, até chegar ao jovem Josh Giddey. A Austrália também promete boa campanha nos Jogos de Paris e ainda terá Dyson Daniels, do Atlanta Hawks; Jock Landale e Jack McVeigh, do Houston Rockets; Josh Green, do Charlotte Hornets, além de Duop Reath, do Portland Trail Blazers.
Já a França, dona da casa, pode ter o maior domínio que já se viu em uma Olimpíada dentro de um garrafão. Rudy Gobert, de 2,16m, eleito o melhor jogador defensivo da última temporada da NBA, ao lado do jovem Victor Wembanyama, de 2,24m [!!], recebem o apelido de “Torres Gêmeas”. Não por acaso.
O time francês ainda conta com Nicolas Batum, do Los Angeles Clippers; Bilal Coulibaly, do Washington Wizards e Evan Fournier, do Detroit Pistons.
Os alemães são os atuais campeões do mundo de basquete, título conquistado em 2023, sobre a Sérvia. No elenco, o destaque vai para o armador Dennis Schroder, do Brooklyn Nets, que será o primeiro atleta negro a carregar a bandeira alemã em abertura de Jogos Olímpicos.
A Alemanha ainda terá a dupla de irmãos do Orlando Magic, Moritz e Franz Wagner, além de Daniel Theis, do Los Angeles Clippers.
Também com quatro representantes da NBA, a Sérvia capitaneada por Nikola Jokic terá ainda Vasilije Micic, do Charlotte Hornets; Bogdan Bogdanovic, do Atlanta Hawks, e Nikola Jovic, do Miami Heat.
O Japão também marca presença com jogadores da liga. Parceiro de LeBron James no Los Angeles Lakers, Rui Hachimura é a grande estrela do time. Yuta Watanabe, do Memphis Grizzlies e Keisei Tominaga, do Indiana Pacers, fecham o grupo.
A Espanha, que já teve mais representantes, leva apenas dois jogadores que atuam nos Estados Unidos. Santi Aldama, do Memphis Grizzlies, e Usman Garuba, do Golden State Warriors.
E com apenas um atleta de NBA, as seleções do Brasil, Porto Rico, Sudão do Sul, e Grécia fecham a lista. Gui Santos, ala-pivô do Golden State Warriors, é um dos destaques do time brasileiro. Em Porto Rico, o intenso José Alvarado, do New Orleans Pelicans, enquanto no time sudanês temos JT Thor, do Charlotte Hornets.
A Grécia conta com o astro Giannis Antetokounmpo, do Milwaukee Bucks.
Jogadores que juntos em apenas um time provavelmente quebrariam a hegemonia norte-americana. Ou quase isso...
Resta saber agora se espalhados pelas respectivas seleções, o gringos conseguirão parar o Dream Team dos EUA.
Terra Cestou em Paris.