Na operação de busca e apreensão da Polícia Federal na casa de Carlos Arthur Nuzman, um fato chamou a atenção dos investigadores: eles encontraram um dossiê contra Alaor Azevedo, presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa. Em viagem pelo Chile, o opositor de Nuzman ainda não se pronunciou oficialmente. Mas o Terra conversou com dois dirigentes que relataram a reação de Alaor ao saber do documento. “Ficou indignado e estupefato ao mesmo tempo. Não imaginava isso”, contou à reportagem um deles.
O dossiê foi um pedido de Nuzman a Sérgio Côrtes, ex-secretário de Saúde do governo Sergio Cabral e hoje preso em decorrência da Operação Lava Jato. Foi esse dado que alarmou os policiais e procuradores do Ministério Público Federal: a proximidade de Nuzman com os principais nomes da organização criminosa que atuava no Estado do Rio.
Por outro lado, no documento não havia nada que desabonasse a conduta de Alaor. Segundo outro presidente de confederação, ligado ao colega do tênis de mesa, o adversário político de Nuzman teria cogitado de acionar a Justiça por conta do episódio. Estaria para isso consultando advogados e “pensando com calma no que fazer”.
“Ele está aproveitando o compromisso fora do País para analisar com tranquilidade a questão. Com certeza, vai tomar alguma providência, até porque teve seu nome exposto publicamente”, declarou. Alaor participa no Chile de uma reunião da Federação Internacional de Tênis de Mesa.