Muitos dos principais atletas do mundo sofrerão ao lado dos moradores de Tóquio com o calor do verão japonês, com as altas temperaturas impondo um fardo a mais aos participantes da Olimpíada que começa nesta semana.
O serviço meteorológico do Japão emitiu alertas sobre o calor intenso por um quinto dia seguido nesta quarta-feira. A temperatura na capital, em meio a mais um verão quente e úmido, era de 33,1 graus Celsius às 15h locais desta quarta.
Os organizadores estão disponibilizando ferramentas para combater o calor, incluindo estações de nebulização de água para os cavalos olímpicos e coletes resfriadores para os árbitros. Mas o calor implica em mais um obstáculo para treinadores e atletas, cujo treinamento para os Jogos já foi impactado pela pandemia de Covid-19.
"O verão japonês é anormal. Há umidade e o calor é ridículo", disse Misuzu Ueno, um morador de Tóquio, de 24 anos. "Este clima não é adequado para a Olimpíada."
O técnico do time masculino de hóquei da Nova Zelândia, Darren Smith, disse que foi feito "uma quantidade enorme de trabalho" para lidar com as condições adversas, que devem ser especialmente desafiadoras durante as partidas realizadas pela manhã.
"Será quente", disse Smith a repórteres durante entrevista coletiva no principal centro de imprensa da Tóquio 2020. Ele disse que sua equipe treinou e se preparou bastante para as condições climáticas, incluindo dentro de uma câmara de calor.
As altas temperaturas deverão ser um desafio adicional aos atletas dos países do Hemisfério Sul, como a Nova Zelândia, onde agora é inverno. Em Wellington, capital neo-zelandesa, as temperaturas devem girar em torno dos 13 graus Celsius nesta semana.
O calor de Tóquio também deve ser um complicador ao lidar com a pandemia de coronavírus. Especialistas dizem que os socorristas podem confundir insolação com Covid-19, pois as duas condições geram sintomas parecidos, como febre e desidratação.
"Não são só os pacientes de Covid, haverá também pacientes com insolação, então acho que será difícil no front médico", disse Mariko Hoshimo, moradora de 44 anos de Chiba, que é vizinha a Tóquio.
As novas infecções pela Covid-19 registraram um salto para 1.832, maior número em seis meses em Tóquio, e especialistas alertaram que esse quadro pode se agravar, colocando ainda mais pressão no sistema de saúde, que já está lidando com mais pacientes com insolação.