Esta é a primeira Olimpíada em que há o mesmo número de atletas participantes mulheres e homens. Assim, os Jogos de Paris dão um passo à frente na equidade, mas ainda há muitos tabus em torno da presença feminina nos esportes – e, um deles, é o ciclo menstrual. Na contramão do que muitos podem acreditar, o ciclo menstrual pode ajudar a mulher no processo.
Paris É Delas é o programa oficial do Terra com os principais acontecimentos dos Jogos de Paris, oferecido por Vale. Assista aqui no Terra.
É o que afirmou a ginecologista Bárbara Murayama, também corredora e ex-praticante de tênis de mesa, no programa Paris É Delas, do Terra, nesta sexta-feira, 2.
Segundo a médica, o ciclo menstrual auxilia a mulher a entender o seu corpo. Com isso, é possível usar as diferenças hormonais de forma positiva. “É saber que, na primeira fase, a gente vai ter mais energia, numa outra fase vamos estar mais introspectivas, que também pode nos trazer benefícios pra gente repensar, se acalmar”, explicou.
O problema, disse, é que no esporte é comum que os treinadores não pensem no ciclo das atletas mulheres, por estarem em busca de regularidade. “[Querem] rendimento igual, todo dia, só aumentando. E a mulher não é assim, né?”, frisou.
Com o caminhar das coisas, Bárbara espera que, além de cada vez mais atletas ocupando seus espaços, que também tenha mais mulheres como treinadoras, na equipe técnica.
“Eu vibro quando eu vejo mulheres treinando outras atletas pra ter esse olhar de ‘Peraí, que fase do mês você tá? Como que a gente lida com isso positivamente? Como a gente usa isso a favor?’ E não só achar que a menstruação é uma coisa que atrapalha, porque a menstruação não necessariamente é algo que atrapalha”, finalizou.