O Comitê Olímpico Internacional (COI) está enfrentando seu maior desafio em décadas desde que comunicou os comitês nacionais, nesta quarta-feira, sobre o estado da Olimpíada de Tóquio 2020 em meio à pandemia de coronavírus, à medida que aumentam as vozes discordantes.
A entidade continua comprometida a realizar os Jogos de Tóquio entre 24 de julho e 9 de agosto, tendo dito na terça-feira, após uma reunião com federações esportivas internacionais, que as medidas contra o vírus estão dando resultado.
O coronavírus já matou mais de 7.500 pessoas e infectou cerca de 200 mil no mundo todo, e atualmente a Europa é seu epicentro.
O COI se recusou a cogitar publicamente um cancelamento ou adiamento como opções possíveis, apesar de outros grandes eventos, como a Euro 2020, a Copa América e Roland Garros terem anunciado adiamentos na terça-feira. O vírus também está prejudicando os torneios de classificação para a Olimpíada, já que os atletas têm dificuldades para treinar, viajar e competir e muitas eliminatórias estão sendo canceladas ou adiadas.
Tóquio deve receber cerca de 11 mil atletas, e 53% já garantiram vaga nos Jogos. Os demais obterão as suas através de classificatórias modificadas ou por desempenhos anteriores baseados no ranking. Nas circunstâncias excepcionais da atualidade, disse o COI, é preciso encontrar soluções que sejam apropriadas, embora elas possam não ser ideais para os atletas.
"Esta é uma situação excepcional que exige soluções excepcionais", declarou o COI à Reuters em um comunicado emitido nesta quarta-feira.
"O COI está comprometido a encontrar uma solução com o menor impacto negativo para os atletas, ao mesmo tempo em que protege a integridade da competição e da saúde dos atletas". "Nenhuma solução será ideal nesta situação, e é por isso que estamos contando com a responsabilidade e a solidariedade dos atletas", completou.
O COI recebeu o apoio da Panam Sports, organização que representa 41 comitês olímpicos nacionais das Américas.
Hayley Wickenheiser, membro do COI, classificou a decisão de seguir em frente com o Jogos de "insensível e irresponsável", o ataque mais explícito ao organismo olímpico desde que o presidente Thomas Bach tomou posse em 2013.
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