Com mar de poucas ondas, Tati Weston-Webb leva a prata no surfe dos Jogos de Paris

Com bateria de poucas ondas na final do torneio feminino, brasileira ficou apenas 0.17 atrás de Caroline Marks, campeã olímpica

5 ago 2024 - 22h38
(atualizado às 23h37)

Tatiana Weston-Webb é prata no surfe dos Jogos Olímpicos de Paris! Em embate prejudicado pelo mar calmo, com poucas ondas, a brasileira ficou a poucos décimos atrás da estadunidense Caroline Marks, que terminou com o ouro nesta segunda-feira, 5. 

A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.

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A disputa na final começou acirrada, com poucas ondas para as surfistas nos primeiros 15 minutos de bateria. Às 22h, no horário de Brasília, Tati e Caroline foram à água para a última bateria do surfe dos Jogos de Paris. 

No início da bateria, as duas surfistas pegaram duas ondas fracas e pontuaram abaixo de 1. Caroline ficou na frente, com 0.50, e Tati com 0.33 na disputa pelo ouro. Tati passou à frente com outra nota baixa, 0.43. A estadunidense, no entanto, emendou um tubo mediano e cravou 7.50, elevando a nota para 8 rasos. 

Faltando menos de oito minutos para o fim da bateria, Tati fez uma ótima sequência no tubo e elevou a nota para 6.26. Caroline tirou nova nota, também, e subiu a parcial para 8.93. 

As surfistas voltaram a emendar boas sequências na reta final da bateria. Em 1º, Caroline chegou a 10.50, enquanto Tati pontuava 7.63. No último minuto, a brasileira pegou uma ótima onda e precisava de 4.68 para melhorar a nota e alcançar a rival. Ficou com 4.50 e chegou a 10.33, apenas 0.17 atrás da estadunidense. 

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"Fiquei emocionada, a última junção não me deixou voltar, já perdi alguns títulos assim, mas estou muito orgulhosa", disse Tati Weston-Webb, dona da quinta medalha de prata do Time Brasil em Paris-2024, à CazéTV após a prova. Ela também alcançou a melhor posição entre brasileiras no surfe olímpico feminino. 

Tatiana Weston-Webb
Tatiana Weston-Webb
Foto: Carlos Barria/Reuters

Jornada olímpica

A trajetória de Tati Weston-Webb teve início nas oitavas de final em Teahupo'o, na Polinésia Francesa, quando a brasileira passou pela líder do ranking da World Surf League, a norte-americana Caitlin Simmers, por 12.34 a 1.93.

Na fase seguinte, foi a vez de Tati encarar a espanhola Erostarbe. Com duas ondas consistentes, a brasileira ficou até mais tranquila pela somatória e só administrou a bateria. No fim, 8.10 para a brasileira e 6.34 para a rival. Tati, então, avançou à semifinal. 

Na fase decisiva, Tatiana Weston-Webb enfrentou Brisa Hennessy. Ambas disputavam a mesma onda, mas a prioridade era da brasileira, por isso a costa-riquenha foi punida por interferência.

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Tatiana Weston-Webb
Foto: Carlos Barria/Reuters

Brisa não viu a brasileira remando em direção à onda e, assim que percebeu que atrapalhava, tentou sair. A brasileira reclamou, abriu os braços e não usufruiu da prioridade.

Como punição, a preferência permaneceu com Tatiana, e Brisa teve sua segunda melhor nota zerada. A costariquenha terminou a bateria com apenas 6.17 no seu somatório, já que o 4.83 foi invalidado por descumprir a regra. Tati somou 13.66 (8.33 + 5.33) e chegou à decisão.

Opção por defender o Brasil

O nome de Tatiana Weston-Webb indica a dupla nacionalidade da surfista, filha da brasileira Tanira Guimarães e Douglas Weston-Webb, inglês que se mudou para os EUA ainda na infância e se apaixonou pelo surfe.

Os pais de Tati se conheceram no Havaí. O casal, então, se mudou para Porto Alegre (RS), onde Tati nasceu, em 1996. Com apenas dois meses de idade, a família se mudou para o Havaí, onde a pequena cresceu assistindo ao irmão Troy surfando. Logo, deu as primeiras braçadas nas praias norte-americanas e se apaixonou pelo esporte. 

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Tatiana Weston-Webb
Foto: Carlos Barria/Reuters

Profissionalmente, Tati começou a competir a nível mundial em 2015, após arrancar uma vaga no Campeonato Mundial e ser reconhecida como a 'estreante do ano'. Três anos depois, a surfista, que poderia optar pela cidadania britânica, resolveu vestir as cores do Brasil para o Mundial de 2018. 

A expectativa de Tati era representar seu País de origem nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, um de seus sonhos. 

"O Brasil sempre foi uma parte importante de quem eu sou e, recentemente, recebi uma oportunidade do Comitê Olímpico Brasileiro para representar o País de uma maneira única. Sempre foi um sonho competir nos Jogos Olímpicos e, quando o surfe foi apresentado como uma modalidade, eu sabia que meu sonho tinha uma chance de ser concretizado", disse Tati, em entrevista à época. 

E Tati, de fato, realizou o sonho. Na estreia do surfe em Jogos Olímpicos, a gaúcha parou nas oitavas de final para a japonesa Amuro Tsuzuki e se despediu da Olimpíada de Tóquio. Mas ela estava longe de desistir. 

Outro feito foi a conquista do Margaret River Pro, em Margaret River, na Austrália, a quarta etapa do WSL Championship Tour de 2021. A final foi contra a australiana Stephanie Gilmore e Tati venceu a bateria 13,5 pontos. 

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Em abril de 2023, ela foi oficializada como a primeira classificada para o surfe de Paris-2024. "Representar nossa bandeira me enche de orgulho", disse à época do anúncio. E, hoje, Tati faz história com a melhor posição do Brasil no surfe feminino olímpico. 

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Fonte: Redação Terra
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