O skate faz sua estreia nos Jogos Olímpicos em Tóquio. Nesta edição, há duas modalidades do esporte presentes: o street e o park. Na primeira, o Brasil conquistou duas medalhas de prata com Kelvin Hoefler e Rayssa Leal. Já na segunda, tivemos a participação de Dora Varella, Yndiara Asp e Isadora Pacheco no feminino, sem a conquista de medalhas. Agora, cabe ao masculino tentar subir no pódio, e para isso, temos três representantes: Pedro Barros, Pedro Quintas e Luiz Francisco.
Conheça os brasileiros:
Pedro Barros
Filho do ex-surfista André Barros, o skatista de 26 anos é apontado como o sucessor de Sandro Dias e Bob Burnquist. Cresceu na comunidade do Rio Tavares, região isolada de Florianópolis, e acumula conquistas por toda sua carreira. Pedro é seis vezes campeão do X Games no Skate Park, os "Jogos Olímpicos dos esportes radicais", quatro do Mundial de Skate Bowl e ainda venceu o primeiro Mundial de Skate Park, realizado em 2018.
Sua relação com o esporte vem desde que usava fraldas, segundo o próprio. Aos 13 anos, ele deixou a escola para focar na carreira profissional. Torcedor assumido do Avaí, costuma concorrer a prêmios mundo afora. Já foi indicado em 2017 ao Laureus Sports Awards, premiação para atletas-destaque no ano. Usain Bolt e Michael Phelps eram alguns dos nomes também presentes no evento. Em duas oportunidades, concorreu ao ESPY Awards, prêmio de grande reconhecimento da emissora norte-americana ESPN.
As comparações com ícones brasileiros do skate não são à toa. Pedro desafiou a megarrampa quando tinha 14 anos, ficando na terceira colocação na categoria Skate vert dos X Games. Um ano depois, conquistou pela primeira vez a competição na qual já ganhou dez medalhas.
No começo de 2018, o skatista viveu um drama ao ser flagrado no doping por uma substância derivada da maconha. Sua pena foi reduzida de dois anos para seis meses retroativos, e assim, a participação em Tóquio não foi ameaçada, ainda mais considerando que os Jogos foram adiados em um ano por causa da pandemia de covid-19.
Pedro Quintas
O paulistano da Zona Norte de São Paulo aprendeu a andar de skate com seu pai, que não entendia nada do esporte, mas decidiu apoiar o filho. Quintas tinha apenas três anos quando ganhou seu primeiro skate. Não demorou muito para que ele começasse a andar na pista do Parque Novo Mundo, bairro da região.
A brincadeira virou trabalho e, hoje, ele é o décimo colocado no ranking criado pela World Skate, órgão regulador dos esportes com patins e reconhecido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). Conseguiu o terceiro lugar no último mundial de Park, apesar da lesão no ligamento do joelho direito, uma das mais sérias para um atleta. Seu grande parceiro, Luiz Francisco, o Luizinho, terminou a competição em segundo, atrás do norte-americano Heimana Reynolds.
Luiz Francisco
O skatista de Lorena, no estado de São Paulo, é o brasileiro melhor colocado no ranking do World Skate, sendo o terceiro, logo na frente de Pedro Barros. Para poder garantir vaga em Tóquio, Luizinho precisou viajar de uma ponta a outra do globo. Entre julho e setembro de 2019, disputou duas classificatórias.
Primeiro, esteve no Aberto Internacional de Nanjing, onde ficou em segundo. Depois, veio para São Paulo, no Parque Cândido Portinari, e repetiu o feito. Sua história até a chegada na Olimpíada é marcada por dificuldades financeiras, que incluem morar em um apartamento de dois quartos com mais seis pessoas. Apesar disso, Luizinho tem a Cave Pool, pista de skate no bairro do Butantã, como um símbolo de sua trajetória até o sucesso no esporte.
Classificação para os Jogos
Como o Mundial de Park de 2021 foi cancelado no final de abril devido à pandemia, o Dew Tour, etapa realizada em Des Moines, nos Estados Unidos, serviu para dar vagas nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Luizinho foi o primeiro a se classificar, logo após o cancelamento do Mundial. Pedro Barros e Pedro Quintas completaram o elenco brasileiro durante o evento, mesmo que não tenham levado a competição a sério. Em um protesto contra os critérios da arbitragem, os três skatistas entraram na pista, mas não arriscaram nas manobras. Preferiram ironizar os árbitros, dançando e fazendo graça.
Estreia em Tóquio
Após passarem por um período de preparação nas melhores pistas da Califórnia, em um projeto da Confederação Brasileira de Skate junto com o Comitê Olímpico do Brasil, os representantes brasileiros vão em busca de medalhas para o país nesta quarta, a partir das 21h00 (de Brasília), em uma modalidade que costuma colocá-los entre os melhores do mundo.
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