O judoca Daniel Cargnin acabou derrotado em sua luta de estreia na categoria até 73kg nos Jogos Olímpicos de Paris por Akil Gjakova, de Kosovo. Da saída do tatame até a conversa com os jornalistas, ele não conseguiu segurar as lágrimas. Em vários momentos, parou de falar na tentativa de evitar o choro.
Medalhista de bronze em Tóquio-2020, Cargnin era uma das esperanças de pódio na capital francesa, tanto que ele contava com o apoio da mãe e da esposa, que fizeram até camisetas personalizadas para o duelo na Champ de Mars Arena.
“O que o que me deixa mais triste é a minha família estar aí, né? Porque quando eu estava lesionado e tudo mais, foram as pessoas que me ajudaram. Talvez, se não fossem elas, eu nem estaria aqui, sabe? Então agora é ficar com a minha família, pessoas que me fazem bem, para no futuro aí, quem sabe, não tá sorrindo de novo”, declarou o gaúcho de 26 anos, que classificou a luta de estreia como “chata”. Foi a primeira vez que ele foi derrotada em uma estreia durante todo o ciclo olímpico
“Uma das coisas que o meu técnico me falou e que eu sinto também é que eu não devo nada para ninguém. Desde que eu era mais novo, todo mundo desacreditava e tudo mais. Não vou deixar me abalar, agora é levantar a cabeça e ficar com as pessoas que realmente fazem parte da minha vida”, completou.
Apesar da disputa por equipes na sexta, Cargnin agora só quer pensar em reencontrar a família: “Elas sabem que eu sempre vou dar tudo de mim. Eu fico chateado, mas eu não baixo a cabeça, porque quando eu estou sozinho eu sei o que eu passo. Sei quem me ajuda e quem está lá. Só me deu vontade de pegar o celular e mandar mensagem para elas, para eu encontrar elas. São as únicas pessoas que eu quero ver hoje.”