Com direito a muito samba, funk e ritmos europeus 'abrasileirados', as ginastas do Time Brasil fizeram história em mais um dia de Jogos Olímpicos de Paris. Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira, Jade Barbosa e Julia Soares levaram o bronze nas finais por equipe da ginástica artística, a primeira medalha do Brasil em Olimpíadas na modalidade, nesta terça-feira, 30.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
O mau tempo e as condições ruins do Rio Sena impediram que os primeiros brasileiros entrassem em ação, às 3h (horário de Brasília), pela prova de triatlo masculino individual, que acabou adiada.
No Taiti, onde são disputadas as provas de surfe, não foi diferente. A aguardada disputa entre Gabriel Medina e João 'Chumbinho' Chianca, nas quartas de final, também teve de ser remarcada por conta das condições ruins do mar, na praia de Teahupo'o.
Ainda durante a manhã, a nadadora Beatriz Dizotti, dos 1500 metros livres, fez história para o Time Brasil. Após conquistar a vaga na final, que será disputada nesta quarta-feira, 31, ela revelou que passou por duas cirurgias para remover tumores no ovário em 2023, o que a afastou das piscinas por um bom tempo.
Medalha inédita
Já durante a tarde, o Brasil se emocionou com a perfomance das ginastas brasileiras na final por equipes da Olímpiada de Paris. A classificação veio após o time ficar em 4º lugar nas preliminares. Na Arena Bercy, a torcida se dividiu entre o apoio à estadunidense Simone Biles e a Rebeca Andrade, muito ovacionada.
Antes mesmo do início das provas, um susto: Flávia Saraiva, a Flavinha, se feriu durante o aquecimento nas barras assimétricas e sofreu um corte no supercílio direito. Mesmo com o ferimento, ela se manteve na disputa e atuou em todos os aparelhos. Além dela, só Rebeca Andrade passou pelas quatro rotações.
Prova a prova, o Brasil arrancou posições e levou a decisão à ultima rotação, no salto com cavalo, que contou com exibição arrebatadora de Rebeca Andrade, cravando a série com altíssimos 15.100.
Com o ouro norte-americano garantido, a briga pela prata e pelo bronze ficou entre Brasil, Itália e Grã-Bretanha, com os dois países europeus ainda completando as apresentações. A britânica Alice Kinsella precisava de 13.834 na trave para sua equipe ultrapassar o Brasil e ficar com o bronze. Tirou 13.600. E as brasileiras, enfim, puderam comemorar a medalha inédita na ginástica artística.
Nas quadras e tatames, derrotas e despedidas
Nas modalidades em grupo, o Time Brasil amargou derrotas relevantes e que mantêm as equipes longe das classificações. Pelo handebol feminino, a seleção brasileira, que estreou com vitória, perdeu o segundo jogo seguido contra as anfitriãs francesas, por 26 a 20. Nas duas próximas rodadas, o Brasil encara Angola e Holanda e precisa vencer ao menos um jogo para seguir vivo na competição.
No basquete masculino, o Brasil encarou uma verdadeira 'pedrada' no estádio Pierre Mauroy, a Alemanha, atual campeã mundial. Após perder o primeiro quarto, os brasileiros ensaiaram uma reação e chegaram a virar o placar. Porém, sob o comando de Schroder, os alemães assumiram o controle da partida e buscaram a segunda vitória. Já o Brasil, que encara o Japão, vive incerteza sobre seu futuro.
Ainda durante a madrugada, os remadores Lucas Verthein e Beatriz Tavares terminaram com a quarta colocação em suas baterias, no esquife simples, e não conquistaram as classificações às finais.
No judô, Guilherme Schimidt estreou com vitória na categoria até 81kg, mas foi derrotado pelo italiano Antonio Esposito nas oitavas de final e se despediu do torneio individual. Ketleyn Quadros perdeu para a francesa Clarisse Agbegnenou, atual campeã, também nas oitavas, pela categoria até 63kg.
Wanderley Holyfield venceu o haitiano Cedrick Dulepre por decisão unânime no boxe e segue vivo na competição dos 80kg. Michael Douglas Trindade perdeu na estreia da categoria até 51kg para o cubano Alejandro Claro Fiz; Tatiana Chaves foi eliminada para a sul-coreana Aeji Im, entre os 54kg.
As brasileiras Martine Grael e Kahena Kunze, que competem esquife feminino da vela, ficaram mais longe do pódio. As bicampeãs olímpicas consecutivas da Rio-2016 e Tóquio-2021 terminaram o segundo dia de regatas em 15º lugar, com 87 pontos. Agora elas precisam de uma boa performance nesta quarta-feira, último dia de regata, além de uma combinação de resultados de outras rivais.
Pelo tênis, a dupla Thiago Wild e Thiago Monteiro perdeu para Krajicek e Ram, dos EUA, por 2 a 0, e acabou eliminada da competição; Wild e Luiza Stefani, pelas duplas mistas, foram derrotados por Wang e Zhang por 2 a 1 e também deram adeus.
Guilherme Caribé parou na semifinal dos 100m livre da natação; Marcelo Chierighini foi eliminado ainda na qualificatória dos 100 m; o Time Brasil também ficou fora da final no 4x200 m livre.
No rugby sevens feminino, o Brasil perdeu para o Japão na disputa pelo nono lugar por 38 a 7. Por fim, no badminton, Ygor Coelho foi derrotado por Hyeok Jin-Jeon, da Coreia do Sul, por 2 a 0, e deu adeus a Paris.
Resultados importantes
Pelo vôlei de praia, as duplas femininas continuam 100% nos Jogos de Paris. Ana Patrícia e Duda superaram Liliana e Paula, da Espanha, por 2 sets a 0, e Carol e Bárbara venceram Paulikiene e Raupelyte, da Lituânia, também por 2 a 0. Já George e André sofreram a primeira derrota em Paris contra os cubanos Diaz e Alayo, por 2 a 0.
No tiro com arco, Marcus D'Almeida e Ana Luiza Caetano venceram dois confrontos, cada um, e avançaram às oitavas do torneio. Ana Luiza já garantiu a melhor posição brasileira na história da modalidade olímpica. Ambos voltam a competir no fim de semana em busca de medalhas.
Pelo tênis de mesa, Hugo Calderano avançou às oitavas ao derrotar Alvaro Robles, por 4 a 2, em um duelo eletrizante. Vitor Ishiy, por sua vez, perdeu para o alemão Dimitrijj Ovtcharov por 4 a 1 e se despediu do torneio individual.
Os canoístas Ana Sátila e Pedro Gonçalves avançam para as semifinais de suas respectivas competições. Pepê passou na oitava colocação geral na prova do K1 (caiaque), já Ana foi a sétima colocada na C1 (canoa). Ana disputa as semifinais e final, caso avançe, na quarta-feira, 31. Pepê faz a prova na quinta, 1º.
O brasileiro Gustavo 'Bala Loka' cravou 85.51 e 86.07 em suas duas voltas na manhã desta terça-feira e garantiu vaga na final do ciclismo BMX nos Jogos Olímpicos. Ele assegurou a oitava melhor nota da etapa.