Depois de quase uma semana de montagem, regulagens e ajustes, nesta quinta-feira os velejadores olímpicos do Brasil puderam, finalmente, colocar os seus barcos nas águas de Enoshima para o primeiro treino na raia olímpica dos Jogos de Tóquio-2020. E, para alguns, o momento teve um sabor especial. Como manda a tradição na vela, barco novo deve ser batizado. E foi assim que nasceram Katana, Tsuru, The Last Dance e Vitória II.
Inspirados pela cultura japonesa, Gabriel Borges e Marco Grael, da classe 49er, escolheram Katana, nome da tradicional espada samurai. A ideia é que o barco corte as águas japonesas e encontre o tão sonhado ouro olímpico. E a primeira impressão foi bem positiva.
"Esse primeiro dia serviu para sentirmos se tudo que montamos estava certo. O barco cortou a água como gostaríamos", afirmou Gabriel Borges, que explicou a escolha do nome. "O barco é como se fosse parte da nossa equipe e deve ter tratamento especial. A gente já vinha pensando em um nome e conversando com o Marco, nós dois curtimos e acho que foi uma boa escolha".
A campeã olímpica Martine Grael foi a madrinha do batizado do Katana. Depois de estourar a champanhe em cima do barco dos companheiros, foi a vez revelar o nome da embarcação que buscará mais um ouro olímpico. Tsuru é uma ave sagrada do Japão. É o símbolo da saúde, da boa sorte, felicidade, longevidade e da fortuna. E tsuru também é um origami clássico da cultura japonesa, o que inspirou a dupla da 49er FX na escolha.
O nome do 470 de Henrique Haddad e Bruno Betlhem remete ao documentário "The Last Dance", que mostra os bastidores do sucesso do Chicago Bulls de Michael Jordan em sua última temporada na NBA. Será a última participação dessa classe entre os homens nos Jogos. Já Gabriela Nicolino e Samuel Albrecht resolveram seguir uma linhagem e nomear o Nacra 17 como Vitória II.
Os treinamentos seguem no iate clube de Enoshima nesta sexta-feira. A disputa olímpica da vela começa no próximo dia 25. O Brasil tem 13 competidores na luta pelas medalhas.