'Falei para meu filho que ia colocar medalha no pescoço dele e vou', diz Willian após conquistar prata no judô

Judoca brasileiro enfrentou na final o japonês Hifumi Abe, na categoria até 66 kg, neste domingo, 28, em Paris

28 jul 2024 - 14h15
(atualizado às 15h39)
Arena Champ-de-Mars, Paris, França - 28 de julho de 2024. O medalhista de prata Willian Lima, do Brasil, comemora no pódio.
Arena Champ-de-Mars, Paris, França - 28 de julho de 2024. O medalhista de prata Willian Lima, do Brasil, comemora no pódio.
Foto: REUTERS/Kim Kyung-Hoon

Willian Lima conquistou a medalha de prata no judô, na categoria até 66 kg, neste domingo, 28, em Paris. Esse é o primeiro pódio do Brasil nos Jogos Olímpicos de 2024. Muito emocionado após a luta final contra o japonês Hifumi Abe, que ficou com o ouro, o brasileiro disse que prometeu para o filho que iria levar uma medalha para casa hoje.

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"A derrota dói, ainda mais em uma final. Eu sabia que eu tinha condições de ser campeão, eu treinei muito, abdiquei muito da minha carreira, da minha família, de um monte de coisa. Então isso dói muito, porque eu queria medalha de ouro. Mas eu fico muito feliz. Eu falei para o meu filho que eu ia colocar a medalha no pescoço dele hoje e eu vou. Só estou pensando nisso agora, que eu quero sair do pódio e entregar a medalha pra ele", afirmou Willian, em entrevista ao Terra.

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O judoca brasileiro, de apenas 24 anos, ainda disse que estava se sentindo bem na luta, mas pontuou que faltou confiança. "Eu estava me sentindo muito bem, tecnicamente e fisicamente. Eu acho que, por eu nunca ter lutado com ele, nunca ter treinado, eu estava meio sem saber muito bem o que fazer. Ver por vídeo e sentir na pele é diferente. Se eu confiasse um pouco mais, se eu acreditasse mais em mim e eu deveria ter acreditado, porque foi o que eu falei, eu me esforcei muito para isso."

Ao todo, Willian teve de encarar cinco lutas em um dia para garantir a medalha olímpica. Segundo ele, o desgaste físico foi enorme e se acentuou, a partir da segunda disputa, quando começou a sentir dor advindo de uma lesão antiga que tem no ombro. 

"Esporte de contato, acaba saindo às vezes uma luta por dia ou uma luta a cada dois dias. O judô, hoje eu fiz cinco lutas em menos de 12 horas, então o desgaste da competição é muito grande. Você acaba tendo um desgaste muito grande fisicamente e é bem difícil porque desde a segunda luta eu comecei a sentir uma lesão que tenho há um ano e meio e isso deu uma complicada. Eu estou com uma ruptura no tendão espinhal do ombro e devo operar agora depois da Olimpíada. Me atrapalhou um pouco, mas quando a adrenalina subiu deixou de ser um empecilho".

Apesar das adversidades, Willian só conta vitórias. "Mas é minha primeira Olimpíada, eu achei que eu ia ficar muito mais nervoso. Eu achei que era impossível e eu consegui fazer. Eu consegui trazer uma medalha para minha família, para o judô brasileiro, para o povo do Brasil, para todo mundo que torceu para mim. Muita gente estava ali comigo sentindo essa energia", acrescentou.

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Willian também agradeceu às pessoas que acreditaram nele e estavam torcendo durante as lutas. "Eu queria agradecer essas pessoas, pedir desculpas pela medalha de prata, mas eu tenho certeza que na próxima Olimpíada vai vir uma de ouro. E ainda tem a competição por equipe. A gente ainda tem essa chance, eu pelo menos ainda tenho essa chance de levar mais uma medalha de ouro para o País", finalizou o judoca.

Final do judô masculino

Willian enfrentou Abe na Arena Campo de Marte, em Paris, no início da tarde deste domingo. Durante a final, o brasileiro não conseguiu encaixar os golpes e logo saiu um wazari a favor do japonês. Logo depois, outro wazari deu a vitória para Abe em Paris.

O judoca brasileiro avançou para a final depois de derrotar Gusman Kyrgyzbayev, do Cazaquistão. Natural de Mogi das Cruzes (SP), Willian ocupa a oitava posição no ranking mundial dos 66 kg. Abe agora é o atual bicampeão olímpico e dono de três títulos mundiais, além de acumular vários títulos de Grand Slams.

Fonte: Redação Terra
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