"Eu me senti um idiota!"
Foi dessa forma que o comandante do maior time de basquete do planeta definiu a não utilização de Jayson Tatum, quando abriu os trabalhos durante a coletiva concedida após mais uma vitória do Time dos Sonhos na França. Desta vez por 110 a 84, com show de LeBron e KD - dupla que sozinha somou mais de 40 pontos contra a Sérvia de Jokic.
Atuação sólida que foi simplesmente ignorada por mais uma polêmica na equipe de basquete norte-americana: o melhor jogador do campeão da NBA [Boston Celtics] simplesmente não pisou em quadra.
Mas por quê?
Steve Kerr tentou explicar...
“Sim, me senti um idiota, mas sabemos que é muito difícil em um jogo de 40 minutos jogar com mais de 10 caras. E com o retorno de Kevin [Durant], eu simplesmente fui para as combinações que senti que fariam mais sentido", afirmou Kerr com ar meio assustado após a vitória.
“Parece loucura. Eu pensei que estava louco quando de fato percebi isso ao definir as escalações", disse ainda o treinador do Golden State Warriors.
Kevin Durant anotou 23 pontos e desfilou em quadra, mas as escolhas de Kerr esbarram no óbvio...
Mesmo utilizando Jrue Holiday e Derrick White, coadjuvantes de luxo dos Celtics, a falta de "simpatia" pela dupla queridinha do maior time da NBA no momento gera desconforto entre torcedores, imprensa e, principalmente no camisa 0 dos Celtas, que passou o jogo inteiro sendo filmado com cara de pouquíssimos amigos no banco de reservas.
A polêmica ganha força quando lembramos também que o MVP das Finais, e parceiro principal de Tatum em Boston, Jaylen Brown, não foi sequer convocado. Entenda aqui a polêmica!
A escolha, ou a falta dela, chegou inclusive a gerar desconfianças por parte da imprensa dos Estados Unidos sobre o estado de saúde de Tatum. Gary Washburn, do The Boston Globe, questionou a ausência do ala em tom debochado perguntando se o franchise player estava doente, fato que foi negado no mesmo momento por Kerr, que ainda completou:
"Jayson vai jogar, cada jogo será diferente em termos de confrontos. Ele é muito profissional e lidará bem com isso", encerrou o chefão de São Francisco.
Assim como no caso de Jaylen, a opção dentro de quadra [técnica e taticamente] passa longe de ser absurda, mas nesse caso específico de Tatum parece que faltou um pouquinho de "feeling" para o comandante norte-americano.
KD é mais jogador que Tatum. Por muito eu diria. A rotação não tem nada de absurdo.
Mas custava?
Vinte e seis pontos de diferença e jogo tranquilo. Ao menos no fim do último quarto a utilização de Tatum evitaria todo esse burburinho.
Após a sexta vitória, em seis jogos disputados, a impressão passada é que o maior adversário do Dream Team é o próprio Time dos Sonhos e a condução de um ambiente recheado de superestrelas nada acostumadas a ter o ego arranhado.
Resta a Steve Kerr se atentar a isso para não repetir a catástrofe de 2004. Em Paris, a paz mora nos detalhes.