A medalha de ouro da Seleção Brasileira nos jogos Olímpicos de Tóquio amplia os horizontes para a atual geração canarinha tornar outro sonho com a amarelinha mais acessível. Fortalecidos após a sucessão de desafios que tiveram de desbravar até chegar ao bicampeonato na Olimpíada, atletas mostram condições de lutar por seus espaços na equipe de Tite de olho na Copa do Mundo de 2022. A próxima rodada das Eliminatórias acontece já em setembro.
"É doído saber que o ciclo olímpico acabou. A gente passou por muita coisa, abdicou por muita coisa, sabe que nada foi em vão... Tudo valeu a pena, nos preparamos muito. É verdade que temos pressa, mas temos que colocar os pés no chão, passar o dia a dia com muita sabedoria", reconheceu o atacante Matheus Cunha em entrevista coletiva.
Artilheiro do "ciclo olímpico", o camisa 9 solidificou seu trabalho e soube driblar as adversidades que surgiram na competição. Mesmo com um início de campanha no qual a ansiedade fez com que desperdiçasse chances (e até um pênalti), jamais se omitiu em campo. Além de formar uma boa parceria com o artilheiro Richarlison, seu caminho da rede começou a ser achado em momentos decisivos.
Após ter superado uma contratura muscular na coxa esquerda que o tirou da semifinal contra o México, o atacante (que já marcara contra Arábia Saudita e na suada partida das quartas de final contra o Egito) lutou o quanto pôde diante da Espanha. Além de aliar inteligência para se desvencilhar dos marcadores ao oportunismo para estufar a rede, não se omitiu enquanto esteve em campo. E a medalha ratifica seu desejo de ter uma continuidade o mais rápido possível.
- A gente quer vestir essa camisa, mesmo sabendo que a concorrência é muito grande, pois o Brasil tem grandes jogadores - declarou Cunha.
Querer vestir a camisa do Brasil nem sempre foi sinônimo de poder atuar na Olimpíada para muitos atletas, devido à dificuldade de obter liberação dos clubes. Contudo, o ciclo que iniciou no Torneio de Toulon conseguiu formar um grupo que trouxe nomes com potencial de, posteriormente, acirrarem a concorrência na Seleção principal para 2022.
Guilherme Arana surgiu como um "desafogo" constante da equipe de André Jardine. O camisa 6 foi responsável tanto por participar da criação de jogadas quanto por fazer cruzamentos perigosos e, além disto, se apresentou para finalizações.
- Meu próximo sonho, nunca escondi de ninguém, é disputar a Copa do Mundo. Vou trabalhar em cima disso. O Tite já me conhece, e sei que ele sempre dá oportunidade para quem trabalha. Vou continuar a trabalhar nesse ritmo e quem sabe bater lá na principal - afirmou o lateral, à Rede Globo.
Jogador que também já era chamado com frequência por Tite, Bruno Guimarães ganha ainda mais moral para se firmar na Seleção Brasileira. O camisa 8 ditou a cadência do meio de campo, aliando a segurança na defesa à precisão nos lançamentos.
Além disto, Douglas Luiz se desdobrou em campo e mostrou que não estava na Copa América por acaso. Mesmo não fazendo boa partida na final, Richarlison foi essencial para levar a Seleção a trilhar com maturidade pelos obstáculos dos Jogos Olímpicos e ratificaram porque são convocados por Tite.
Ao lado deles, outros jogadores abnegados da equipe de André Jardine na campanha olímpica, como Malcom e Antony, também tentarão comprovar que há tempo para garantir uma vaga na Copa do Mundo de 2022.
- Respeitamos nossos companheiros, sem dúvida, mas agora é trabalhar e dizer que estamos à disposição. No que precisar, estamos aqui para ajudar na Seleção Brasileira - afirmou Matheus Cunha.
Haverá novidades já em setembro?