Na madrugada deste sábado, Kelvin Hoefler conquistou a prata no skate street, a primeira medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Nascido no Guarujá, no interior de São Paulo, o atleta se declarou ao esporte após a conquista, lembrando o seu passado repleto de dificuldades.
"É difícil de descrever, foram muitos anos de luta. Isso representa o skate brasileiro, nossa garra, nossa persistência. O skate do Brasil merece, merecia até mais, só que isso é o começo de uma geração estar por vir. Amanhã tem mais", afirmou Hoefler à
."Eu vim de uma cidade pequena que não tinha prática de esportes, meu pai me levava para pistas de skate, era policial. Era difícil conciliar, foi na garra, tinha dificuldade dentro de casa, para chegar aqui e representar uma nação. É uma pressão grande, mas é um alívio. Eu acreditei, o skate acreditou e me abraçou", completou.
Mesmo após sofrer uma lesão na última semana, Hoefler mostrou poder de reação e obteve um belo resultado em Tóquio, somando 36,15 pontos na disputa.
"Infelizmente, eu tive uma lesão esses dias, machuquei ombro, costela, estava triste, até então lembrei de toda a minha luta. Sempre fui um curinga, nunca fui o favorito, eu prefiro ser assim, pois me mantenho com os pés no chão", disse o skatista.
Por fim, Hoefler revelou com quem conversava no telefone nos intervalos entre as suas manobras na pista. O brasileiro também destacou a importância da colega Pâmela Rosa, que terá a chance de brigar por medalha no domingo.
"Falei com minha esposa, Ana Paula Negrão. É fotógrafa, ela me ajuda, ela é meu braço direito, esquerdo, perna. Foi a motivação, falando que eu era melhor. Eu acredito que, sem a ligação dela, nada teria acontecido", comentou Hoefler.
"E também a Pamella Rosa, dando uma motivação, ela foi minha coach, minha técnica. É difícil parar para pensar na hora, a gente precisa ter alguém de fora e vendo a pista. E ela sabe, falou para trocar manobra, ficar na sombra, toma água. Me ajudou muito", finalizou.