O imperador Naruhito, do Japão, declarará os Jogos de Tóquio abertos nesta sexta-feira, repetindo o papel de seu falecido avô que abriu a Olimpíada de 1964 realizada na capital japonesa.
Aqueles Jogos foram abraçados com entusiasmo dentro e fora do Japão e abriram uma nova era para o país, depois de a nação emergir da devastação da Segunda Guerra Mundial a caminho de tornar-se uma potência econômica global.
Desta vez, a Olimpíada de Tóquio foi altamente complicada por causa da pandemia de Covid-19 e atingida por uma série de escândalos. Pesquisas de opinião mostram constantemente que a maioria dos japoneses é contra sediar o evento durante a pandemia.
O chefe da Agência da Casa Imperial disse no mês passado que o imperador Naruhito "parecia preocupado" sobre a possibilidade de os Jogos Olímpicos causarem a disseminação do coronavírus, como é o receio de boa parte da população.
Embora a preocupação do imperador de 61 anos tenha sido retratada como uma impressão que a autoridade teve e não como algo que ele expressou explicitamente, a rara revelação do pensamento do monarca aumentou as especulações de que ele tem receios em relação à realização do evento.
A Carta Olímpica, entretanto, estipula que os Jogos têm de ser proclamados abertos pelo chefe de Estado do país-sede, o que significa que a presença dele é exigida.
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, esteve com o imperador na quinta e o assegurou que os organizadores estão fazendo tudo que podem para não trazer infecções ao país.
O monarca, educado em Oxford, deve comparecer à cerimônia sem a imperatriz Masako ou outros membros da família imperial, depois que a presença do público foi proibida.
Em 1964, quando seu avô, o imperador Hirohito, proclamou os Jogos abertos, ele estava acompanhado da imperatriz Nagako.