Isaquias Queiroz acaba de ganhar a prata nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 e aumentar seu quadro de medalhas para cinco, numa modalidade que, antes dele, não tinha nenhuma medalha olímpica. O canoísta de 30 anos fez uma prova emocionante, em que largou atrás dos adversários, chegou a cair para a quinta posição, mas se recuperou na reta final e conquistou o segundo lugar mais alto do pódio na C1 1.000 metros, nesta sexta-feira, 9. Perguntado se ainda disputará nos Jogos de Los Angeles, em 2028, ele foi categórico: "Continuo, é claro. É muito gostoso ganhar uma medalha".
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
"Essa medalha de prata tem gosto de ouro pra mim. Na subida, eu tirei gás da onde não tinha. Eu estava muito atrás, em quinto, olhei para o lado e achei que não tinha mais como passar ninguém. Mas falei pra mim mesmo: 'Cara, vou subir, vou tentar de tudo, acho que dá'... Quando eu cheguei no final, vi que era segurar até o final", disse ele, comentando a prova.
A vitória vem como redenção para o canoísta, que teve um 2023 difícil.
"Eu estava sobrecarregado psicologicamente, muito estressado, não conseguia raciocinar direito, explodia por qualquer coisa. Estava descontando nas pessoas erradas. Aí precisei buscar ajuda e colocar a cabeça no lugar. Vi tanta gente me massacrar por causa de um ano ruim, mas foquei em Paris. Não foi o ouro que estávamos esperando, mas não saí daqui sem medalha", desabafou.
Para Isaquias, a prata "foi uma coroação de um trabalho de um ano especial". E o que deu forças para o atleta continuar, além de sua família, foi ver a arquibancada lotada.
"Vi a arquibancada lotada de brasileiros e eu não imaginava. Fiquei muito emocionado. Ver aquele tanto de gente sair de casa só pra me ver e me apoiar... O carinho que o brasileiro tem por mim é o mais importante", declarou.
Isaquias Queiroz agora soma cinco medalhas olímpicas e divide com os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael a segunda colocação no ranking de maiores medalhistas do País. Eles ficam atrás apenas da ginasta Rebeca Andrade, que tem seis medalhas.