O marchador Caio Bonfim finalmente recebeu a sonhada medalha dos Jogos Olímpicos de Paris. Vice nos 20 km da marcha atlética, o brasileiro foi premiado nesta sexta-feira, 2, em cerimônia no Stade de France.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
A prova foi realizada na última quinta-feira, 1º, em um percurso de um quilômetro à beira da Torre Eiffel, na capital francesa. Além de Caio, o pódio terminou com o ouro do equatoriano Brian Daniel Pintado e o bronze do espanhol Alvaro Martin.
Caio só recebeu o prêmio um dia após a prova, pois a tradição olímpica prevê que a cerimônia de entrega de medalhas aconteça no estádio onde ocorre a maioria das provas de atletismo. As modalidades indoor, como os 100 metros rasos, lançamento de peso e disco e salto em altura, por exemplo, começaram nesta sexta-feira, no tradicional estádio de Paris.
A cerimônia que coroou a segunda medalha de prata do Time Brasil, então, foi realizada no começo da tarde desta sexta.
A trajetória de Caio Bonfim
Aos 33 anos, Caio Bonfim atingiu o ápice do esporte com a medalha de prata da marcha atlética nos Jogos Olímpicos de Paris. Mesmo com a mãe ex-atleta e o pai professor da modalidade, o caminho não foi fácil para o competidor do Distrito Federal, que precisou enfrentar preconceitos.
Na infância, ele pensou até em ser jogador de futebol antes de ir de vez para a marcha. Agora medalhista olímpico, o brasileiro recordou o início no esporte e as dificuldades enfrentadas antes da consagração.
"Eu só comecei com 16 anos. Por quê? Porque era muito difícil ser marchador. No dia que eu cheguei em casa e falei: ‘Eu quero ser marchador’. Na verdade, eu tava dizendo pra eles: ‘Hoje eu decidi ser xingado sem ter problema’. Eu venci o preconceito chegando nessas provas da América do Sul”, disse o atleta.
Um dos pontos de mudança na percepção das pessoas sobre o esporte veio nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, quando completou a prova na quarta colocação. Antes, Caio Bonfim já havia participado de Londres-2012 e, depois, foi a Tóquio-2020.
“Na minha cidade, eu brinco que antes da Olimpíada do Rio era sempre xingado pra poder marchar. Depois da Olimpíada do Rio, o som da buzina mudou. Os caras até exigiam. ‘Tá flutuando, cuidado!’ Mas eu queria mudar isso. E hoje é isso que representa”, explicou.
Com o pódio inédito para o Brasil, Caio Bonfim espera mudar a percepção das pessoas quanto aos marchadores