Jogos de Paris: equipe brasileira conquista bronze inédito na ginástica artística

As equipes dos EUA, Itália e China foram as grandes concorrentes das brasileiras

30 jul 2024 - 15h21
(atualizado às 20h48)
Jogos Olímpicos: equipe brasileira conquista bronze inédito na ginástica artística
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A equipe feminina conquistou a medalha de bronze na final por equipes da ginástica artística nesta terça-feira, 30, nos Jogos Olímpicos de Paris, na Arena Bercy. O pódio na categoria é algo inédito para o Brasil.

  • A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.

Com a conquista, agora, o Brasil soma 7 medalhas olímpicas nas modalidades feminina e masculina. A primeira delas foi conquistada em 2012, quando Arthur Zanetti levou o ouro nas argolas. Em 2016, Zanetti voltou ao pódio para receber a prata no mesmo aparelho, enquanto Diego Hypólito e Arthur Nory levaram a prata e o bronze, respectivamente, no solo. Em 2020, Rebeca estreou com duas medalhas: ouro no salto e parta no individual geral.

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Representaram o Brasil neste novo bronze: Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira, Jade Barbosa e Julia Soares. O Brasil tinha conquistado a vaga na final por equipes após ficar em quarto lugar nas classificatórias, perdendo apenas para Estados Unidos, Itália e China. Japão, Canadá, Inglaterra e Romênia também conseguiram avançaram.

Na final, apenas três ginastas competiram em cada aparelho --barras assimétricas, trave, solo e salto-- e todas as notas foram consideradas para o resultado final, sem descartes. Portanto, por decisão da comissão técnica da seleção brasileira, apenas Rebeca e Flávia Saraiva disputaram todas as rodadas. As brasileiras se apresentaram na seguinte ordem:

  • Barras assimétricas: Lorrane Oliveira, Flávia Saraiva, Rebeca Andrade
  • Trave: Júlia Soares, Flávia Saraiva e Rebeca Andrade
  • Solo: Júlia Soares, Flávia Saraiva e Rebeca Andrade
  • Salto: Jade Barbosa, Flávia Saraiva e Rebeca Andrade
Equipe feminina brasileira de ginástica artística
Equipe feminina brasileira de ginástica artística
Foto: Reuters

Saiba como foi a final

A Arena Bercy, localizada às margens do Rio Sena, já estava lotada antes mesmo das equipes entrarem em ação. Diferentes expectativas dividiram os torcedores: a maior de norte-americanos aguardava ansiosamente a volta de Simone Biles a uma final, após sua despedida dramática dos Jogos de Tóquio. Por outro lado, bandeiras brasileiras se destacaram para acompanhar o fenômeno Rebeca Andrade. 

Um susto tomou conta do Time Brasil antes mesmo do começo das disputas: durante o aquecimento nas barras assimétricas, Flávia Saraiva sofreu uma queda e levou um corte no rosto. A ginasta recebeu atendimento e fez um curativo na região do supercílio direito. O hematoma chegou a sangrar.

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Isso não impediu Flavinha de entrar em ação. Após Lorrane Oliveira iniciar nas barras e receber 13.000, Flávia cravou a série com 13.666. Na sequência, Rebeca Andrade encerrou a rotação com 14.533 e foi muito ovacionada pela torcida. Nesse momento, o Brasil ocupava a 7ª posição na classificação geral. 

Nas traves, o Brasil encontrou dificuldades na apresentação de Julia Soares, que sofreu uma queda e alcançou 12.400. Flavinha, com um leve desequilíbrio, arrancou 13.433. A nota chegou a ser contestada pelo Time Brasil, mas foi mantida pelos jurados. Por fim, Rebeca Andrade terminou a série com 14.133. A apresentação da ginasta chamou atenção, inclusive, de sua rival Simone Biles

Rebeca Andrade durante os Jogos Olímpicos de Paris
Foto: Ricardo Bufolin/CBG

No solo, as brasileiras levantaram o público com apresentações arrebatadoras. Julia Soares, que terminou com 13.233, misturou Cheia de Mania, do Raça Negra, com ritmos franceses. Ao som de uma música inspirada no cancã, Flavinha recebeu 13.533. Com Anitta, Rebeca Andrade agitou o público com o seu solo e ficou com a nota 14.200.

O Brasil avançou à sexta colocação e levou a definição do placar para a última prova: o salto sobre cavalo. A veterana Jade Barbosa iniciou e, em sua volta, colocou os dois pés para fora da linha permitida. A nota final foi 13,366. Em sua vez, Flavinha cravou 13.900. 

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A chance de medalha caiu sobre os ombros do fenômeno. Rebeca Andrade se preparou, saltou e, assim, concluiu a participação brasileira na ginástica artística, cravando a nota brasileira mais alta nas rotações: 15.100. A expectativa seguiu para a disputa das ginastas das outras equipes. 

Na ocasião, já com o ouro americano garantido, a briga pela prata e pelo bronze ficou entre Brasil, Itália e Grã-Bretanha, com os dois países europeus ainda completando as apresentações. A britânica Alice Kinsella precisava de 13.834 na trave para sua equipe ultrapassar o Brasil e ficar com o bronze. Tirou 13.600. E as ginastas, enfim, puderam comemorar a medalha inédita para Time Brasil na ginástica.

Ginastas brasileiras sobem ao pódio para receber a medalha de bronze
Foto: Reuters

Quem são as ginastas que buscaram medalha inédita

Uma das melhores ginastas do mundo e ouro em Tóquio-2020 nas traves, Rebeca Andrade é o grande nome da ginástica artística brasileira da atualidade. Além da disputa por equipes, a paulista de 25 anos chegou a sua terceira medalha olímpica e pode ampliar sua coleção: ela ainda encara as finais do individual geral, de salto, trave e solo. 

Com três medalhas olímpicas, a atleta empata com  jogadora de vôlei Fofão e a judoca Mayra Aguiar no ranking de mulheres medalhistas olímpicas do Brasil e pode superar recorde dos velejadores Robert Scheidt  e Torben Grael, que somam 5 medalhas olímpicas. 

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Com direito a curativo, Flávia Saraiva é outro destaque entre as ginásticas. Além das séries que classificaram o Brasil à final, a ginasta também disputará as finais individuais gerais, ao lado de Rebeca. 

A caçula da equipe e finalista da trave, a estreiante Julia Soares, de 18 anos, completou o time no solo e na trave. Já a veterena Jade Barbosa, de 32 anos, que participa de sua terceira Olimpíada, quebrou seu jejum por medalha olímpica. A atleta representa há 20 anos o País e integrou o histórico elenco que conquistou a 8ª colocação e a primeira final por equipes do Brasil em Jogos Olímpicos em Pequim-2008. 

Lorrane Oliveira, de 26 anos, fez sua segunda Olimpíada e abriu a atuação do Time Brasil nas finais da ginástica artística por equipe nas barras assimétricas. Ela, de longe, foi quem mais se emocionou com a conquista. Em abril, a ginasta estava em um período de treinamento com a Seleção Brasileira na França quando recebeu a notícia da morte da morte da irmã Maria Luiza, de 21 anos.

'Selfie' das medalhistas da ginástica viraliza por detalhe inusitado: 'Puro suco de Brasil'
Foto: Reprodução/SporTV

Ausência da Rússia

A guerra contra a Ucrânia fez com que a Rússia, campeã olímpica por equipes em Tóquio-2020, não pudesse inscrever seu time para os Jogos Olímpicos de Paris. O País conta com alguns dos maiores nomes da ginástica artística, abrindo caminho para as brasileiras abocanharam o bronze. 

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Para os Jogos de Tóquio, a Rússia já enfrentava sanções após por um escândalo de doping. Na ocasião, os atletas russos puderam competir, mas não sob a bandeira do País. Eles formaram uma delegação de 334 integrantes que recebeu o nome de Comitê Olímpico Russo (COR - na sigla em inglês, ROC). 

Em 2024, o Comitê Olímpico Internacional permitiu que 34 russos competissem como Atletas Individuais Neutros (AIN), desde que cumprisse metas individuais, não apoiassem a guerra contra a Ucrânia, não terem sido contratados por forças militares e atendessem os requisitos antidoping. 

Rebeca Andrade x Simone Biles

Durante a disputa por equipes, Rebeca Andrade encontrou pela primeira vez nesta edição dos Jogos Olímpicos sua adversária, a norte-americana Simone Biles, dona de quatro medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze. Em documentário produzido pela Netflix, a atleta disse ter medo da brasileira.

Na disputa, a norte-americana viralizou nas redes sociais ao reagir à apresentação da brasileira, e internautas não "perdoaram".

No momento em que Rebeca Andrade se apresentava nas barras assimétricas, a transmissão mostrou a reação de Simone Biles, que demonstrou ter ficado ficado impressionada com o que viu.

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Rebeca Andrade
Foto: Hannah Mckay

Próximas disputas

As próximas disputas da ginástica artística feminina estão previstas para ocorrer em breve. Confira agenda:

  • 1º/8: às 13h15, individual geral feminino (Final)
  • 3/8: às 11h20, salto feminino (Final)
  • 4/8: às10h40, barras assimétricas feminino (Final)
  • 5/8: às 7h36, barra de equilíbrio feminino (Final), e às 9h20, solo feminino (Final).
Fonte: Redação Terra
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