Rebeca Andrade voltou a fazer história na ginástica artística e levou sua 2ª medalha de prata na final individual geral feminina nos Jogos Olímpicos de Paris nesta quinta-feira, 1º, em disputa marcada pelo confronto direto da brasileira contra a estadunidense Simone Biles, que terminou com o ouro.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
O pódio ainda teve a norte-americana Sunisa Lee, que ficou com o bronze. Flávia Saraiva, a Flavinha, também disputou as finais do individual geral e terminou na 9ª colocação.
Com a conquista, agora, o Brasil soma oito medalhas olímpicas nas modalidades feminina e masculina da ginástica artística. A primeira delas foi conquistada em 2012, quando Arthur Zanetti levou o ouro nas argolas. Em 2016, Zanetti voltou ao pódio para receber a prata no mesmo aparelho, enquanto Diego Hypólito e Arthur Nory levaram a prata e o bronze, respectivamente, no solo.
Em 2020, Rebeca estreou com duas medalhas: ouro no salto e prata no individual geral. Já nos Jogos de Paris, o Brasil conquistou, pela primeira vez, o bronze -- e uma medalha -- na final da disputa por equipes da ginástica feminina.
Saiba como foi a final
Assim como na disputa por equipes, a Arena Bercy, em Paris, já estava lotada antes mesmo do início da apresentação das ginastas. O público era formado, em sua grande maioria, por norte-americanos, mas os brasileiros também apareceram em peso para apoiar Rebeca Andrade e Flávia Saraiva, ambas de collant amarelo.
O duelo começou marcado pelo primeiro confronto direto entre Rebeca Andrade, ouro no salto e prata no individual geral de Tóquio-2020, e o fenômeno Simone Biles que, na última Olimpíada abandonou a disputa para cuidar da própria saúde mental.
Em Paris, ambas, no auge da forma física, se encararam em um dos mais aguardados duelos olímpicos no individual geral da ginástica artística.
Na mesma rotação que Biles, Rebeca começou a disputa no salto. A segunda na disputa, cravou uma das maiores notas na série: 15.100. A estadunidense saiu na frente, com 15.766. Elas ocupavam o 1º e 2º lugar na classificação geral, nesse momento. Flávia, por sua vez, começou nas barras assimétricas e cravou 13.900 na série.
Em seguida, levaram a disputa para as barras assimétricas, a pior prova de Simone Biles, que cravou 13.733 na final. Rebeca aproveitou para arrancar a vantagem e, com irretocáveis 14.666, assumiu a liderança na disputa. Na trave, Flávia Saraiva levou 14.266.
Outras competidoras que se destacaram foram a italiana Alice D'Amato, que tirou a maior nota na trave, 15.100, e Kayla Nemour, da Argélia, que manteve pontuações consistentes e a maior nota nas barras assimétricas, 15.533.
O jogo virou a favor de Simone Biles na terceira rotação, quando o grupo disputou na trave. Rebeca Andrade, com alguns desequilíbrios, cravou 14.133. A estadunidense voltou a assumir a liderança com altos 14.566, deixando a decisão completamente aberta ao último exercício, no solo. Flávia Saraiva, que fez uma série consistente na prova, teve uma queda que derrubou sua nota, e terminou com 14.133.
A última rotação contava com Simone Biles em 1º, Rebeca Andrade em 2º e a italiana Alice D'Amato em terceiro. Flavinha ocupava a 11ª colocação.
Rebeca e Simone foram as últimas a se apresentar no solo, aumentando as expectativas para a grande final na Arena Bercy. Em perfomance de enlouquecer a torcida, a brasileira emendou passos de dança para cravar uma série de mortais. Um erro, quando pisou fora do solo em primeiro tshukahara, fez com que ela tivessa desconto na nota. No fim, terminou com 14.033, garantindo a liderança provisória.
Biles, por fim, mostrou porque é um fenômeno mundial. A estadunidense fez altíssimos 15.066 na sua apresentação e voltou direto à liderança, abocanhando mais um ouro olímpico. Sunisa Lee, também dos Estados Unidos, terminou com a terceira colocação. Flavinha também representou e terminou em 9º.
E Rebeca, por sua vez, voltou a fazer história em Olimpíadas. Com sua quarta medalha, a brasileira alcança, agora, a marca de brasileira com mais prêmios em Jogos Olímpicos na história do esporte do País.
Rebeca Andrade faz história em Paris
A capital francesa parece fazer bem à ginasta de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. Com a prata no geral individual e o bronze na final em equipes, Rebeca Andrade já soma quatro medalhas em seu currículo olímpico e pode chegar a sete, já que encara as finais do salto, na trave e no solo.
Com sua quarta medalha, superou a judoca Mayra Aguiar, que teve o bronze nos Jogos de Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020, para se tornar a brasileira com mais prêmios olímpicos.
Nas mesmas disputas, ela volta a encarar a campeã do individual geral, Simone Biles. As duas apenas não se classificaram à final das barras assimétricas, mas ainda podem somar outras três medalhas, cada uma, nos Jogos de Paris.
Flavinha, por sua vez, é a nona ginasta mais completa do mundo. A atleta teve um bom desempenho durante os aparelhos, mas a maior tensão do dia foi durante o solo. Flávia levou um escorregão e caiu rapidamente para fora do tablado. Apesar da queda, continuou e finalizou a sequência sendo ovacionada pelo público, que acompanhou tudo com palmas.
Em entrevista, Flávia comemorou a posição, mas reconheceu que poderia ter se saído melhor durante a competição. “Não foi a melhor competição da minha vida, mas estou muito emocionada de estar aqui e receber minha primeira medalha olímpica. Foi um ano difícil para todas nós. Amo representar o Brasil. Não tem nada que me deixa mais orgulhosa.”, explicou à TV Globo.
Próximas disputas
As próximas disputas da ginástica artística feminina estão previstas para ocorrer em breve. Confira a agenda:
- 3/8: às 11h20, salto feminino (Final);
- 4/8: às 10h40, barras assimétricas feminino (Final)
- 5/8: às 7h36, trave de equilíbrio feminino (Final), e às 9h20, solo feminino (Final).