Kawan Pereira faz história e vai à final da plataforma de 10m na Olimpíada de Tóquio

Brasileiro termina fase semifinal no 12º lugar, garantindo a última vaga para decisão

7 ago 2021 - 01h13
(atualizado às 03h33)

Após surpreender no início desta sexta ao passar da fase classificatória, o brasileiro Kawan Pereira voltou a fazer bonito neste sábado, pelo horário local, com direito a resultado histórico na plataforma de 10 metros. Pela primeira vez, o Brasil terá um representante na final dos saltos ornamentais em uma Olimpíada. A final está marcada para as 3 horas deste sábado, pelo horário de Brasília.

Em sua primeira edição dos Jogos Olímpicos, o atleta de apenas 19 anos ficou em 12º na semifinal, entre 18 competidores, e ficou com a última vaga na final ao obter 400,40 no total. Mostrou, assim, evolução em comparação à fase classificatória, quando obteve 371,65.

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Mais confiante, o piauiense cometeu menos erros e obteve notas superiores em comparação à média de sexta. Seu melhor salto foi o quinto, com 71,40. Também registrou 62,40, 69,30 por duas vezes, 59,20 e 68,80, em sua última tentativa.

"Já estou com o sentimento de dever cumprido. Já estou na final, o que nunca tinha acontecido no Brasil nos saltos ornamentais. Já fiz a minha história", disse o saltador, após avançar à final. "Hoje estou bem mais relaxado. Ontem tive acompanhamento com a psicóloga e tentei fazer o que ela me passou. Coloquei em prática."

Ele indicou que pode evoluir ainda mais para a final porque falhou em dois saltos na semifinal. "Tive uns errinhos durante a prova no primeiro e no segundo saltos, mas acho que consegui compensar. Botei a cabeça no lugar e deu certo", comentou.

Na semifinal, Kawan ficou logo acima do canadense Nathan Zsombor-Murray, 13º colocado e fora da final, com 397,85. Como aconteceu na fase anterior, a semifinal foi dominada por dois chineses, porém com posições invertidas em comparação à disputa de sexta. Yuan Cao obteve 513,70, contra 480,85 de Jian Yang.

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O britânico Tom Daley, famoso em Tóquio pelas peças de tricô que produz entre um salto e outro, foi novamente o quarto geral, desta vez com 462,90, acima dos 453,70 de sexta. Nesta Olimpíada, ele conquistou seu primeiro ouro olímpico, na plataforma de 10m sincronizada. Antes levou o bronze em Londres-2012 (10m) e no Rio-2016 (10m sincronizado). O atleta de 27 anos é ainda bicampeão mundial na prova individual.

Kawan Pereira nasceu na cidade de Parnaíba, no Piauí. Mas foi ainda criança para Brasília, onde mora até hoje. Lá conheceu a capoeira, cujos movimentos o ajudaram a aprender mortais e cambalhotas que usa em seus saltos.

Kawan chegou a Tóquio com bons resultados internacionais no currículo. Foi medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 na plataforma sincronizada, com o compatriota Isaac Souza (eliminado na fase classificatória na Olimpíada), e campeão sul-americano neste ano, na plataforma de 10m. No Pré-Olímpico, chegou à final, mostrando potencial para fazer o mesmo agora na Olimpíada.

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