A boxeadora argelina Imane Khelif falou pela primeira vez após a polêmica sobre seu gênero durante os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Após vencer a húngara Anna Luca Hamori, pelas quartas de final da categoria de até 66kg do boxe feminino, ela mandou um recado "ao mundo inteiro".
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
"Quero dizer ao mundo inteiro que sou mulher e continuarei mulher. Eu dedico esta medalha ao mundo e a todos os árabes, e digo a vocês: vida longa à Argélia", disse ela.
Khelif já garantiu, pelo menos, o bronze em Paris-2024. Como no boxe não há disputa do terceiro lugar, as duas semifinalistas derrotadas recebem a premiação.
A argelina buscará uma vaga na decisão nesta terça-feira, 6, encarando a tailandesa Janjaem Suwwannapheng a partir das 17h34 (de Brasília).
Polêmica sobre gênero
Imane Khelif se envolveu em uma polêmica no ano passado, quando foi reprovada em um teste de gênero, por apresentar cromossomos XY. Kheli foi desqualificada do campeonato mundial de 2023 após falhar em um teste de elegibilidade de gênero, e sua presença nas Olimpíadas de Paris se tornou uma questão polêmica.
Ela foi liberada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para participar dos Jogos de Paris. Outras boxeadoras que estão competindo na França questionaram a permissão, alegando haver distinções no nível imposto dentro das lutas.
O porta-voz do COI explicou por que um teste de testosterona não é adequado.
"O teste de testosterona não é um teste perfeito. Muitas mulheres podem ter níveis de testosterona iguais ou semelhantes aos dos homens, embora ainda sejam mulheres", disse Mark Adams.
O COI diz que a IBA, que organizou o Campeonato Mundial, não é mais um órgão reconhecido como competente pelo comitê desde 2023. Um documento oficial cita que a organização de boxe apresentou falhas recorrentes relacionadas à integridade e transparência da associação, que foi acusada de manipulação de resultados e corrupção.