A medalha de prata conquistada por Kelvin Hoefler nos Jogos de Tóquio deixou clara uma divisão entre os atletas brasileiros do skate na Olimpíada. O brasileiro conquistou o segundo lugar na modalidade street na madrugada deste domingo, garantindo a primeira medalha brasileira na edição de 2021.
Kelvin e a entidade brasileira que cuida do skate, a Confederação Brasileira do Skate (CBSk), não se seguem nas redes sociais. Na postagem em que celebrou a medalha, a CBSk não marcou o perfil de Kelvin - segundo a skatista Letícia Bufoni, Kelvin bloqueou a CBSk.
Os pais do atleta, inclusive, criticaram a confederação. "Será que vocês agora vão respeitar o nosso filho ou vão continuar menosprezando ele? É nítido o que vocês estão fazendo, esta medalha de prata representa todo esforço e dedicação dele. Vocês deveriam ser menos imparciais. É uma vergonha o que vocês fazem com meu filho", escreveram Éneas Hoefler e Roberta Hoefler.
De acordo com informações do colunista Demétrio Vecchioli, do portal Uol, a razão para isso seria a insatisfação de Kelvin com atitudes da CBSk. Em período de treinos anterior à Olimpíada, alguns atletas próximos ao presidente da entidade, Duda Musa, teria tido privilégios, como contato com familiares e treinadores próprios.
Outra razão seria que Kelvin e Pâmela Rosa, sua amiga, tiveram pedidos negados para competir nos X-Games de Los Angeles - a CBSk teria justificado que a intenção era que todos viajassem juntos, como time. Contudo, Letícia Bufoni pode competir e venceu na sua modalidade, com um expressivo prêmio em dinheiro.
Após a medalha de Hoefler, Bufoni justificou no Instagram não ter dado parabéns ao colega afirmando que ele evitava estar junto com os colegas do skate e não ia nos "rolês". O próprio Kelvin confirmou que não vai a tantos eventos. Durante a disputa, ele comemorou principalmente com Pâmela Rosa; após a conquista, jantou com Giovanni Viana, outro skatista da modalidade street, o fisioterapeuta da CBSk e marcou o perfil da entidade.