Bernardinho é conhecido pelo jeito explosivo, José Roberto Guimarães pela calma. Em comum, ambos são mega campeões. O treinador do time masculino é bicampeão olímpico (2004 e 2016), e o comandante das meninas já esteve no topo nos Jogos em três oportunidades (duas vezes com as meninas (2008 e 2012) e uma com os meninos (1992). Será que eles são diferentes mesmo? Para Erika Coimbra, não é bem assim mesmo.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
“Igualdade é a melhor maneira de definir. Eles são dois ‘psicopatas’ por treinar, por trabalhar, eles são incansáveis. O Zé só tem esse jeito calmo, é cada pimentinha que a gente ouvia”, contou a ex-jogadora, que foi medalha de prata sob o comando de Bernardinho em Sydney-2000.
No comando do vôlei masculino nos Jogos de Paris, Bernardinho tem chamado atenção por ter adotado uma versão mais “paz e amor”, muito mais vista quando ele trabalha nos clubes com mulheres. “Não concordo que ele pega mais leve com as meninas, pelo contrário, os homens são mais altos, mais fortes, ele precisa ficar mais esperto. Nós, mulheres, aguentamos mais a dor, eles sempre falaram isso, então acaba que treinamos muito mais”, opinou.
Durante o papo com a reportagem do Terra na Casa Brasil, Erika falou da importância de uma medalha olímpica para ajudar no desenvolvimento da modalidade. Segundo ela, todas as atletas ganham quando isso acontece porque aumenta o investimento.
Fora da campanha de ouro em Pequim-2008 --por causa de uma lesão no joelho--, a ex-ponteira acredita que o título olímpico começou com a derrota mais dolorosa da carreira, a semifinal para Rússia em Atenas-2004, quando o Brasil tinha 24 a 19 no 4º set, não conseguiu fechar o jogo e acabou derrotado no tie-break. Na ocasião, a seleção acabou derrotada também na disputa pelo bronze e terminou em quarto lugar.
“Muitas jogadoras tiveram depressão depois daquela Olimpíada, não conseguiam sair de casa. Foi uma derrota muito doída. O Zé tinha chegado um ano antes, foi um ciclo complicado em termos de comissão técnica e já queriam resultado em um ano. Depois daquela derrota, o Brasil foi bicampeã olímpica, com certeza, porque aprendemos com os nossos erros e melhoramos”, afirmou.