“Desculpa qualquer coisa, meu português não é perfeito, mas eu vou tentar falar o melhor possível pra vocês”. É dessa maneira que Tatiana Weston-Webb começou a entrevista coletiva na Casa Brasil, em Paris, após conquistar a medalha de prata no surf. Ela nasceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, mas cresceu no Havaí e passou a ter mais familiaridade com idioma do que a língua da sua terra natal.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
Apesar da ligação com os EUA, Tati não teve dúvidas na hora de escolher representar o Brasil. Ela poderia defender o país em que vive ou até a mesmo a Inglaterra, terra do pai. “O Brasil é o país de emoção, é o país que ela ama, é tudo que a gente conhecia fora do Havaí. Foi uma decisão rápida, instantânea, que deu muito certo e todos começaram a nos apoiar depois disso”, contou Tanira Weston-Webb, mãe da medalhista.
Segundo Tati, o Brasil sempre esteve presente no coração. As visitas a Porto Alegre eram frequentes para matar a saudade da família. Nas férias, ela curtiu a praia de Garopaba, no litoral gaúcho. Além disso, a casa da família sempre tinha arroz e feijão todos os dias. “Todas as minhas amigas chegavam em casa e sempre perguntavam: ‘Por que tem arroz e feijão todos os dias? E eu falava: ‘Somos brasileiros, comemos isso todos os dias’.”
Outro prato típico que ela não abre mão é o churrasco, que é a prova maior que não nega as origens, né? “Vai ter que ter um churrascão, né? Eu estou só esperando esse churrasco acontecer quando chegar no Brasil. Não vejo a hora.”
Tati ficou com a prata, apenas dois décimos do ouro, e enalteceu a campanha do surfe, que ainda teve o bronze de Gabriel Medina. “Acho que esses jogos foram jogos que todo mundo percebeu o quanto o surfe brasileiro é grande, né. Além disso, nós apoiamos como uma família, sempre ficamos lutando um pelo outro e ajudando, realmente tem esse amor entre a gente. Então, isso acho que faz a grande diferença no nosso time’, analisou.
“Acho que o futuro do surf brasileiro vai ser brilhante, tem muitas brasileiras que tvão ter uma trajetória gigante. Eu tenho certeza que Bela Nalu, a Sofia Medina... dá pra ver que os olhos delas estão brilhando para o surf. Então, isso é tudo que eu quero. Claro que, tipo, competir é ótimo, assim. Mas não só isso. Eu quero que as pessoas se divertem surfando. As meninas, especialmente porque o mundo feminino não é fácil. Todo mundo sabe disso. Especialmente dentro do esporte, né. Mas se elas estão se divertindo e felizes e confiantes. Eu vou ficar muito feliz”, concluiu.