Não ter a presença de público nas competições dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, que terão a sua cerimônia de abertura daqui exatamente três semanas, continua sendo uma opção para os organizadores do evento esportivo. A indefinição sobre o assunto continua, de acordo com Seiko Hashimoto, presidente do Comitê Organizador, por causa da situação do Japão com relação à pandemia do novo coronavírus.
"A situação das infecções (da covid-19) muda a todo momento e isso vai ser assim. É totalmente incerto", afirmou Hashimoto, nesta sexta-feira, em uma entrevista coletiva. "Mas para os Jogos de Tóquio-2020 há a perspectiva, a opção, de não se ter público nas competições".
A mesma preocupação foi mostrada na quinta-feira pelo primeiro-ministro do país, Yoshihide Suga, que afirmou que avalia uma redução ou até a proibição dos torcedores no evento. O líder japonês mostra preocupação com o aumento de casos de covid-19 registrados no país, tendência que pode ser acelerada com a chegada de milhares de atletas, patrocinadores e jornalistas.
"Existe a possibilidade de não haver espectadores. Em qualquer caso, agiremos tendo a segurança e a proteção do povo japonês como nossa principal prioridade", afirmou Suga. O primeiro-ministro afirmou ainda que novas decisões serão tomadas em consenso entre os governos japonês e metropolitano, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Organizador.
Especialistas apontam que a variante delta (indiana) pode desencadear um rápido ressurgimento das infecções durante os Jogos. Na última quarta-feira, a capital japonesa registrou 673 novos, reafirmando a tendência de alta. O estado de emergência foi suspenso no dia 20 de junho.
De acordo com a determinação atual, cerca de 10 mil espectadores poderão assistir os jogos e eventos em cada local. O número pode variar de acordo com a capacidade das arenas. O importante é que apenas metade dos espaços sejam ocupados. A organização dos Jogos foi alvo de críticas depois da autorização da presença de público. Estrangeiros continuam proibidos de assistir às competições nas arenas.
Na semana passada, o imperador Naruhito, do Japão, se mostrou "extremamente preocupado" com a possibilidade de aumento da contaminação por covid-19 durante a disputa da Olimpíada e a Paralimpíada. A informação foi dada pelo chefe da Agência da Casa Imperial. Embora seja patrono honorário da Olimpíada de Tóquio, Naruhito não possui poder político. Mas sua figura é bastante respeitada.