Primeira brasileira numa final do boxe olímpico, Bia Ferreira busca o ouro nos Jogos de Tóquio

Baiana de 28 anos enfrenta a irlandesa Kellie Anne Harrington na decisão do peso leve (até 60 kg); prata já está garantida

7 ago 2021 - 16h10

Atual campeã mundial, a pugilista Beatriz Ferreira tenta colocar o ouro olímpico como o título mais importante de suas conquistas na categoria peso leve (até 60kg). A baiana de 28 anos entra no ringue neste domingo, 8, às 2h (horário de Brasília), para enfrentar a irlandesa Kellie Anne Harrington, na Kokugikan Arena, nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. É a primeira vez que uma mulher brasileira chega a uma final no boxe olímpico.

O retrospecto aponta certo favoritismo para Bia. Nos últimos cinco anos, a brasileira subiu no pódio em 29 das 30 competições que disputou. Entre suas principais conquistas está o título mundial, em 2019, na Rússia. Harrington foi campeã mundial em 2018. A final de Tóquio será o primeiro confronto entre as duas.

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"Queria muito essa luta. Participamos de alguns campeonatos, mas infelizmente não chegamos a lutar. Ela é campeã mundial, tem todo o meu respeito e estou bem ansiosa para esse espetáculo. Espero sair com a vitória e mandar essa medalha para o meu pai", disse.

Bia começou no boxe aos quatro anos de idade na garagem de casa, onde seu pai, Raimundo Ferreira, mais conhecido no boxe como Sergipe. Ele foi tricampeão baiano, bicampeão brasileiro e sparring de Acelino Popó Freitas, tetracampeão mundial em duas categorias diferentes de boxe.

Bia já tem a medalha de prata garantida, mas o objetivo repetir o feito de Herbert Conceição, que subiu no lugar mais alto do pódio neste sábado, 7, ao derrotar o ucraniano Oleksandr Khyzhniak, pelo torneio masculino. "Estar no pódio é o objetivo final, mas separamos por metas. É degrau por degrau. Fui alimentando isso, estudando as adversárias e estou feliz aqui, mas ainda não acabou. Tenho isso em mente", afirmou.

Na semifinal dos Jogos de Tóquio, Bia venceu a pugilista finlandesa Mira Potkonen por 5 a 0, em decisão unânime dos jurados (30 a 27 - três vezes - 29 a 28 e 30 a 26). A pugilista já havia emendado duas vitórias nas fases preliminares. Nas oitavas, venceu a taiwanesa Shih-Yi Wu; pelas quartas, venceu Raykhona Kodirova, do Uzbequistão.

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O início da carreira foi difícil por causa da falta de oportunidades para a lutadora. Por falta de competições de boxe feminino, Bia precisou precisou esperar até 2014 para iniciar a carreira. Venceu uma luta, mas acabou desclassificada porque já havia participado de uma competição de muay thai e recebeu uma dura punição de dois anos. A Associação Internacional de Boxe proibia que as atletas participassem de torneios por outras modalidades.

Bia voltou em 2016 e passou também a ser sparring de Adriana Araújo, medalha de bronze na Olimpíada de Londres-2012. Talentosa, ficou com a vaga da amiga, que passou para o boxe profissional.

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