Nas Olimpíadas de Paris, o judô mostrou porque é um dos esportes mais tradicionais do Brasil nos Jogos. A conquista da medalha inédita na disputa por equipes foi especial para todos. Para Rafaela Silva, judoca que decidiu a medalha, o momento foi ainda maior. De volta ao Brasil, a atleta vê a conquista como uma consagração no que pode ter sido a última disputa olímpica da carreira.
- Ah, com certeza foi difícil, né? Eu ficava conversando com a Nell (Coach da atleta), mas eu fiquei colocando na minha cabeça também que eu hoje eu tenho 32 anos. Eu quero fazer pelo menos até Los Angeles de 2028, mas também não dá pra gente ficar pensando daqui a 4 anos o que vai acontecer, é um esporte de alto rendimento Então coloquei na minha cabeça que eu ia entrar naquele tatame, como se fosse a minha última olimpíada - disse Rafaela.
A campanha da equipe brasileira foi de altos e baixos na prova por equipes. Com a eliminação para a Alemanha nas quartas de final, é possível dizer que o time deu sorte - caiu na repescagem contra a Sérvia, caso avançasse e perdesse na semi, enfrentaria a forte Coréia do Sul. Contra a Sérvia, os brasileiros aplicaram um 4 a 0 e se classificaram para a disputa do bronze, contra a Itália.
Com uma disputa lá e cá até o fim, a experiente judoca Ketleyn Quadros acabou derrotada e a Itália empatou o placar. Para o desempate a categoria até 57kg foi sorteada e Rafaela Silva subiu ao tatame para decidir o confronto. Em menos de 20 segundos, a medalhista olímpica resolveu o combate e garantiu o bronze para o Brasil.
Rafaela Silva possui uma carreira de superação. Nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, foi desclassificada na segunda rodada, mas quatro anos depois conquistou o ouro em casa na Rio 2016. Os Jogos de Paris foram a terceira olimpíada da brasileira, que faturou sua segunda medalha olímpica.