Rebeca Andrade é o maior nome do esporte olímpico brasileiro do momento e já pode ser sentar à mesa dos gigantes, termo que ela mesmo usou para definir a sua trajetória após conquistar a sua quinta medalha olímpica -- prata na disputa do salto neste sábado, 3. Ela tem mais duas finais em Paris (solo e trave). Caso vá ao pódio em algumas delas, a ginasta de 25 anos vai ultrapassar Robert Scheidt e Torben Grael e se tornar a atleta brasileira mais premiada na história da competição.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
Na coletiva de imprensa, Rebeca afirmou que nunca teve o recorde como meta, o objetivo era sentir o gosto de estar no pódio alguma vez. Agora, ela não só sabe como é isso, afinal é praticamente rotina, como virou motivo de exemplo.
“Eu queria muito ser medalhista, sonhava, e coloquei como objetivo ser medalhista, mas eu não imaginei ganhar tantas medalhas assim. Os meus sonhos estão sendo alcançados e eu estou ficando gigante, né? Isso é muito legal pelo tamanho, mas poder representar e ter um orgulho, ser referência é algo que eu vou levar para sempre comigo”, declarou.
Durante todos esses dias em Paris, Rebeca tem insistido que o importante é aproveitar a competição, o que levantou dúvidas sobre uma possível aposentadoria da ginástica. Por enquanto, ela descarta deixar o esporte, mas não garante presença nos Jogos de Los Angeles, em 2028 -- diz que vai depender do corpo.
Questionada por uma repórter do The New York Times se Biles teria dito algo sobre se aposentar, a brasileira se esquivou e afirmou que a “continuidade deve depender da cabeça, do corpo e se ela vai estar feliz”. Na sequência, começou um discurso que parecia ser um indicativo sobre ela mesmo.
“Tem que valer a pena, gente, temos que estar feliz, e curtir. Temos que trabalhar duro e muito forte, óbvio, mas se não estiver trazendo um retorno bom, eu acho que não vale a pena você continuar seguindo, por mais que você seja incrível, super talentosa, você tem que olhar para o teu colega e chorar, chorar de alegria, sabe, como um conquista gigante, não só na Olimpíada, não só no Mundial, mas acredito que todos os dias, porque o esporte é muito difícil, então precisa valer a pena, senão não sei o que você vai falar”, conclui.