Simone Biles volta à Olimpíada para dar volta por cima: "É sobre aproveitar o momento"

A ginasta norte-americana quer deixar os traumas de Tóquio no passado e reescrever sua história nos Jogos Olímpicos

22 jul 2024 - 11h42
(atualizado às 12h08)
Simone Biles comemora a vaga para Paris 2024
Simone Biles comemora a vaga para Paris 2024
Foto: Reuters

Simone Biles, a ginasta mais condecorada da história, ficou mundialmente marcada na Olimpíada de Tóquio-2020 ao desistir de disputar quatro finais em que era favorita para priorizar sua saúde mental. Agora, em Paris, ela quer deixar os traumas no passado e fazer diferente: principalmente se preocupando não só com medalhas, mas em se divertir.

“Não quero olhar pra trás daqui a 50 anos e pensar: 'Ela era boa, mas miseravelmente triste'. Algumas vezes eu posso ter pensado assim, mas olha agora: 'Ela está se divertindo tanto fazendo o que faz'. É sobre aproveitar esse momento”, contou a campeã olímpica em entrevista à NBC.

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A norte-americana, que já venceu traumas como o abandono da mãe biológica, o preconceito pela cor da pele, abusos sexuais e críticas por ter desistido de Tóquio, agora fala abertamente sobre sua vida e se sente mais livre por isso.

“Por anos eu fui celebrada pelas minhas vitórias. Agora sou celebrada por ser humana, ser vulnerável".

A maior ginasta da história tem 37 conquistas em sua carreira: 30 medalhas em Mundiais, sendo 23 de ouro, uma prata e um bronze nos Jogos de Tóquio, e quatro ouros e um bronze na Rio 2016. Com os números impressionantes, ela bateu o bielorrusso Vitaly Scherbo e assumiu o ranking de maiores campeões da ginástica artística.

Biles chega a Paris como favorita em cinco dos seis pódios que disputará
Foto: USA TODAY SPORTS

Biles chega a Paris como favorita a cinco dos seis pódios que disputará, podendo fincar a melhor campanha da história em uma edição dos Jogos.

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“Sempre tentei me manter fiel a mim mesma. Sinto que a nova Biles é mais madura, um pouco mais velha. Serei eu sem dever nada pra ninguém. Eu me sinto muito mais livre, especialmente fazendo terapia. Então, fisicamente e mentalmente eu me sinto melhor. Agora que eu sou mais velha, mais madura, posso contar a minha própria história. E há uma beleza nisso.”

A volta por cima

Logo após a brilhante campanha na Rio-2016, Biles tirou um ano sabático. Após os Jogos de Tóquio ela também se retirou do cenário esportivo, mas sob outras condições. Ela teve que lidar com uma enxurrada de críticas, o que ocasionou bloqueios psicológicos na ginasta.

“Foi meio deprimente até que comecei a terapia e procurei ajuda. Eu me senti um fracasso. Embora eu estivesse dando forças a tantas pessoas e falando sobre saúde mental, toda vez que eu falava sobre minha experiência em Tóquio, porque obviamente não foi como eu havia planejado, doía um pouco.”

Biles voltou a competir em agosto do ano passado e trouxe uma novidade: ela apresentou Biles ll, o Yurchenko Double Pike (Yurchenko com duplo mortal carpado), considerado o salto mais difícil da ginástica artística feminina. Ela homologou o movimento ao apresentá-lo no Mundial da Antuérpia, quando conquistou quatro ouros e uma prata.

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“Quero ultrapassar os limites, quero ver até onde posso ir. Quero ver do que ainda sou capaz para que, quando me afastar deste esporte, possa realmente estar feliz com minha carreira e dizer que dei tudo de mim”, finalizou a ginasta.

Fonte: Redação Terra
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