Antes visto como esporte de problemáticos e desocupados, o skate fará sua estreia olímpica em Tóquio com a bênção de um de seus maiores nomes, o norte-americano Tony Hawk, que alertou os praticantes a nunca esquecerem suas raízes e disse apostar na modalidade como uma das protagonistas desta Olimpíada.
Nascido nas ruas dos Estados Unidos graças a surfistas entediados buscando o que fazer quando as ondas estavam calmas, o skate descartou há muito tempo sua imagem mais desleixada, sendo aceito no mundo esportivo e se tornando um setor multibilionário.
Apesar de estar presente em todo o mundo e ter energia jovem de sobra para o Comitê Olímpico Internacional (COI) capitalizar, o skate chega tarde à festa olímpica, estreando depois do snowboarding, ciclismo BMX, vôlei de praia e outros esportes.
Mas agora que ele é parte dos Jogos, muitos acreditam que a Olimpíada precisa mais do skate do que o contrário -- incluindo Hawk. "Acho que é legal termos vindo desta cena subterrânea de contracultura para provavelmente sermos um dos destaques dos Jogos Olímpicos", disse o norte-americano à Reuters. "Nunca tive uma postura que fosse anti-Olimpíada".
"Sempre fiquei mais surpreso por que a tradição não reconhecia o skate como algo que é uma influência positiva e uma válvula de escape positiva", completou Hawk, considerado uma lenda do skate e dono de 15 medalhas, sendo dez delas de ouro, em edições dos X Games, grande competição que ficou popularmente conhecida como "os Jogos Olímpicos dos esportes radicais".
"No coração do skate, especialmente suas raízes profundas, não dá para fingir", disse ele, lembrando que os skatistas de sucesso são exemplos para a nova geração de praticantes da modalidade. "Os garotos que estão andado de skate veem as pessoas que têm sucesso nisso como legítimas e têm muito respeito por elas", reforçou.