Não é por acaso que o Comitê Olímpico Internacional (COI) abriu a grade das modalidades olímpicas para surfe e skate. Como não será de se estranhar se, no futuro, o street dance e os games figurarem nos Jogos. Renovar o público está por trás dessas medidas. E só há um caminho para isso, levando para dentro da Olimpíada o que a moçada curte. Surfe e skate estavam nesta lista havia tempos, assim como a escalada, modalidade para a qual o Time Brasil não conseguiu emplacar atleta.
Esses esportes têm uma coisa em comum: a diversão. Basta conversar meia hora com seus praticantes para perceber que ganhar torneios, embora importante na vida desses profissionais, não é sua essência. A partir dos Jogos de Tóquio, muitos entendidos no assunto vão aparecer, com seu estilo de vida e expressões, digamos, maneiras.
Nunca subi numa prancha de surfe e na época de me equilibrar em objetos sobre roda, além da bicicleta, os patins eram mais moda. Como nunca fui muito de moda na infância, deixei passar. Tentei, por vezes, incentivar os filhos, mas eles também não se interessaram.
Não à toa, os dois esportes reúnem uma galera sarada, esperta, de um idioma próprio e com valores enraizados não por causa dos Jogos Olímpicos ou toda a sua projeção, mas porque sempre acreditaram nesse estilo de vida, da curtição, na igualdade de gênero quando o tema ainda nem era discutido no Brasil. Esse talvez seja a grande sacada do surfe e do skate diante de algumas das tradicionais modalidades e de seus agentes ao longo de anos. Esportes olímpicos entram e saem do cardápio do COI. Não sem antes formar tribos de novos praticantes.
Surfistas e skatistas no Brasil levam o trabalho a sério, mas sem perder a vontade de se divertir. Para quem, como eu, perdeu a chance de aprender, o Estadão explica a modalidade tintim por tintim aos aspirantes.
ESCALADA
Outras modalidades também foram relacionadas no cardápio olímpico em Tóquio. O caratê é um desses novos esportes a serem vistos na competição. Dois outros não são tão novos assim, mas voltam nas versões masculina e feminina: beisebol e softbol. As duas disputas são parecidas, com pequenas diferenças. No Brasil, essas modalidades são menos difundidas na maioria das regiões, mas certamente vão ganhar espaço e mais adeptos por causa dos Jogos.
No caso do beisebol, a primeira instrução aos interessados é conhecer e se familiarizar com as regras. Depois, encontrar clubes e locais para jogar. Da mesmo forma, aprender caratê é um desafio, leva tempo e o aspirante precisa passar pelas fases de aprimoramento - cada etapa tem uma cor de faixa.
As escaladas têm um estilo mais parecido à do surfe e skate, com seus praticantes adotando um estilo de vida de aventura. O Estadão apresenta no trabalho acima um pouco de cada uma dessas modalidades. O Brasil não tem representante na escalada nos Jogos de Tóquio.
Na Olimpíada, haverá tipos de escaladas, como aquelas por velocidade. Fica mais perto do ouro quem subir em paredes de 15m em menor tempo, por exemplo. As academias levaram as escaladas para dentro de seus portões, com paredes e apoios para os esportistas.
O COI também olha para seus praticantes com interesse de reunir nos Jogos Olímpicos essa turma de adeptos, gente jovem e com uma pegada bem parecida com aquelas disputas de programas de TV. O comitê criou critérios de pontuação, de modo a fazer com que os atletas em Tóquio superem seus tempos e marcas e vão avançando para as etapas decisivas, até chegar na disputa das medalhas.