‘Sou brasileiro e não desisto. É na raça’, diz Bonfim após superar penalidades e conquistar a prata em Paris

Brasileiro completou o percurso de 20 km em 1h19min09

1 ago 2024 - 05h15
(atualizado às 10h23)
Feito inédito: Caio Bonfim conquista a prata na marcha atlética em Paris
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Caio Bonfim alcançou a sonhada medalha olímpica com a prata conquistada na manhã desta quinta-feira, 1º, nos Jogos de Paris. Para subir ao pódio, o brasileiro nascido no Distrito Federal precisou ter cuidado redobrado ao levar duas penalidades. Na modalidade, três faltas geram dois minutos de suspensão, o que colocaria um ponto final no sonho.

  • A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.

Em entrevista após o segundo lugar no percurso de 20 km aos pés da Torre Eiffel, completado em 1h19min09, o novo medalhista olímpico desabafou sobre as dificuldades enfrentadas por não europeus na categoria.

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Caio Brasil posa com a bandeira do Brasil
Caio Brasil posa com a bandeira do Brasil
Foto: Alexandre Loureiro/COB

“Eu sempre sofri com isso, um preconceito. Você vê que na câmara de chamada eles chamam cinco atletas, quatro são europeus. Aí dois sul-americanos liderando, alguém tinha que tomar a falta. Mas sou brasileiro e não desisto. É na raça. Consegui manter a técnica, o equilíbrio e levar a medalha para casa”, disse à TV Globo.

Aos 33 anos, Bonfim já viu os diferentes lados dos Jogos Olímpicos ao ter lidado com os desafios da prova logo em sua estreia e ficando no quase correndo em casa. Agora medalhista, ele relembrou as outras três participações e destacou o carinho especial pela capital francesa.

“A ficha ainda não caiu. Meu quarto Jogos Olímpicos. Londres-12 sai passando mal, tive que ser carregado com cadeira de rodas. Rio-16 fiquei em quarto. Tóquio em 13º. Hoje consegui prata. Sabor especial. Paris agora faz parte da minha história. Obrigado a todos que ajudaram”, continuou.

Para algumas pessoas, a marcha atlética causa certa estranheza. No esporte, o competidor não pode tirar os dois pés do solo ao mesmo tempo e a perna do pé de apoio precisa estar estendida ao tocar o chão.

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No entanto, isso foi diferente para Bonfim. O atleta nasceu em berço de marchadores e é filho de pais ex-atletas e treinadores, que até hoje acompanham seu dia a dia e desenvolvimento no esporte. Sua mãe, Gianetti Bonfim, inclusive, é a treinadora da equipe brasileira em Paris. Agora, ele realizou um sonho dela.

“Todo mundo um dia viu a marcha atlética e achou estranho. Eu não. Era a profissão da minha mãe. Pra mim é normal. Eu vi isso desde criança. É normal. Minha mãe fez isso para Atlanta-96, teve uma mudança de critério e ela não foi. Nós fomos pra Londres, eu disse pra ela: ‘quem disse que você não foi?’. Hoje posso virar para ela e falar: ‘nós somos medalhistas olímpicos'”. 

Agora, o atleta acredita que a marcha atlética pode ficar mais popular no Brasil: “Nós não estamos brincando de rebolar. Somos uma potência, somos medalhistas olímpicos. Eu brinco que o Brasil tem dois esportes: o futebol e o outro que está ganhando. Se você quiser aparecer tem que estar no que tá ganhando”, completou.

Em Paris-2024, Bonfim ficou atrás apenas do equatoriano Brian Daniel Pintado, que levou o ouro com 1h18min55. Alvaro Martin, da Espanha, completou o pódio com 1h19min11.

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Fonte: Redação Terra
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