O julgamento de uma bateria de surfe é um assunto que vem gerando muita polêmica nos últimos anos. Nas Olimpíadas de Tóquio 2021, a semifinal entre o dono da casa Kanoa Igarashi e o brasileiro Gabriel Medina rendeu inúmeras críticas ao quinteto de arbitragem depois que o japonês garantiu um lugar na decisão daquela edição. A polêmica voltou ao noticiário esportivo quando o quadro de juízes da edição de 2024 foi divulgado.
A nota atribuída a uma onda é definida pela média entre três avaliações dentro de um grupo cinco juízes. Isso significa que o maior e o maior número são descartados e assim são somadas as três notas intermediárias para que essas sejam dividas por 3. Depois de toda essa movimentação, os juízes divulgam suas decisões.
Entre os avaliadores no Japão, Benjamin Lowe (AUS) esteve no centro das atenções por ter sido o responsável por aplicar as piores notas a Medina. De acordo com um levantamento divulgado pelo podcast "Por Dentro do Tour", as decisões do juíz definitivamente prejudicaram o atleta brasileiro. Mesmo assim, ele segue como um dos selecionados para julgar as baterias.
-Mostramos que nos últimos jogos olímpicos ele julgou Medina sempre no corte baixo (abaixo da média) e para os outros ele pontuava no corte alto. Ele quebrou o Medina (na competição) - explicou Marcelo Boscoli
O grupo de juízes que foi selecionado para avaliar as ondas nos Jogos Olímpicos de Paris é composto por Benjamin Lowe (AUS), Daniel Kosoof (NZL), Tatsuya Fukagawa (JPN), Thierry Vidal (FRA), Tory Gilkerson (USA), Mikel Zalacain (ESP) e Luiz Dantas (BRA). A revisão das prioridades fica a cargo de Marcel Miranda (BRA) e Ian Buchanan (NZL).
O mundo do surfe espera e torce para que a arbitragem não vire assunto durante a competição que começa no dia 27/7 em Teahupo'o, no Taiti. Os campeões da etapa em um pico tão especial devem ser definidos pela apresentação dos atletas e não por interesses individuais dos juízes, como parece ter sido o caso no Japão.