Após a derrota de Bia Ferreira para a irlandesa Kellie Harrington na semifinal do boxe nos Jogos Olímpicos de Paris, neste sábado, 3, Mateus Alves, treinador da seleção brasileira de boxe, afirmou que está insatisfeito com o desempenho do time.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
Bia, que ficou com o bronze, foi a primeira na modalidade a conquistar uma medalha nos Jogos Olímpicos de Paris. “Uma medalha para mim é muito pouco. Eu não vou aceitar o Brasil perder. Isso é uma bosta”, declarou Mateus, assumindo a responsabilidade como treinador principal.
Ele ressaltou o excelente desempenho da equipe ao longo do ciclo olímpico, que incluiu vitórias em torneios americanos e pan-americanos, além de quatro medalhas mundiais. No entanto, ele reconheceu que a pressão psicológica dos Jogos Olímpicos afetou os atletas.
“Fizemos um ciclo impecável. Campeão de todos os torneios americanos, campeão por equipe panamericano, continental, quatro medalhas mundiais”, lembrou o técnico, ao lamentar que a equipe não tenha conseguido manter o desempenho nos Jogos Olímpicos. Ele enfatizou que a equipe masculina também sucumbiu à pressão e que Bia, apesar de seu esforço, não lutou em seu nível máximo.
Alves explicou a estratégia que foi planejada para Bia enfrentar a irlandesa, que envolvia abafar a adversária e não dar espaço para ela contra-atacar. No entanto, ele apontou que a execução não foi como o esperado, especialmente no primeiro round.
Apesar do resultado, Alves elogiou o espírito de luta de Bia e reconheceu a necessidade de revisar e ajustar as estratégias futuras. “Eu não posso subir no ringue e atirar golpe por eles. Então, assim, tem que sentar agora, reavaliar, ver o que aconteceu”, afirmou, destacando a importância de não se contentar com o bronze. “O boxe não pode vir para cá e pegar um bronze e achar que foi bom.”
Alves também mencionou a pressão constante que Bia enfrentou nos últimos anos, competindo continuamente em alto nível. Ele afirmou que Bia precisa de um tempo para descansar, especialmente no aspecto mental, após carregar uma grande responsabilidade por tanto tempo. “O corpo não é uma máquina. Ela tá com 31 anos, vai completar 32 anos, e ela realmente precisa agora de um tempo de férias.”
O técnico concluiu sua avaliação com uma crítica direta ao desempenho geral da equipe e à necessidade de mudanças. “Foi um fracasso, foi uma bosta, estou irritado e vai ter que mudar alguma coisa”, desabafou.