Toyota desiste de comerciais sobre Olimpíada na TV diante de baixo apoio público no Japão

19 jul 2021 - 09h40

Patrocinadora da Olimpíada de Tóquio 2020, a Toyota não veiculará comerciais na televisão relacionados aos Jogos, em meio a um baixo apoio do público ao evento, com dois terços dos japoneses duvidando que os organizadores conseguirão mantê-lo seguro durante a pandemia de Covid-19, segundo uma pesquisa da imprensa local.

Vista do ginásio Budokan, que abrigará as competições de judô e caratê durante a Olimpíada de Tóquio
19/07/2021 REUTERS/Issei Kato
Vista do ginásio Budokan, que abrigará as competições de judô e caratê durante a Olimpíada de Tóquio 19/07/2021 REUTERS/Issei Kato
Foto: Reuters

O CEO da Toyota Motor Corp, Akio Toyoda, e outros executivos também não comparecerão à cerimônia de abertura, disse a Toyota nesta segunda-feira.

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"É verdade que a Toyota não estará na cerimônia de abertura, e a decisão foi tomada considerando vários fatores, incluindo a ausência de público", disse uma porta-voz.

"Não veicularemos comerciais relacionados aos Jogos no Japão", acrescentou.

Cerca de 60 corporações japonesas que pagaram mais de 3 bilhões de dólares pelos direitos de patrocínio da Olimpíada de 2020, adiada em um ano por causa da pandemia, agora enfrentam o dilema de associar ou não suas marcas a um evento que até agora não conseguiu ganhar o apoio do público.

A apenas quatro dias da cerimônia de abertura em Tóquio, 68% das pessoas que responderam a uma pesquisa do jornal Asahi expressaram dúvidas sobre a habilidade dos organizadores de controlar as infecções por coronavírus, com 55% dizendo que são contra a realização dos Jogos.

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Três quartos das 1.444 pessoas entrevistadas por telefone para a pesquisa disseram que concordam com a decisão de proibir espectadores nos eventos.

Com o crescimento de casos de Covid-19 em Tóquio, agora sob o seu quarto estado de emergência, o público está ainda mais preocupado que sediar um evento com dezenas de milhares de atletas, autoridades e jornalistas de outros países possa acelerar as taxas de infecção na capital japonesa e introduzir variantes mais infecciosas ou letais.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, afirmou que espera que o povo japonês se entusiasme com os Jogos assim que as competições começarem e atletas japoneses ganharem medalhas. A Olimpíada será realizada entre 23 de julho e 8 de agosto.

CASOS DE COVID

Autoridades dos Jogos no domingo relataram o primeiro caso de Covid-19 entre competidores na Vila Olímpica em Tóquio, onde 11.000 atletas devem se hospedar durante os Jogos. Desde 2 de julho, organizadores de Tóquio 2020 relataram 58 casos positivos entre atletas, autoridades e jornalistas.

Um grande surto dentro da vila pode causar o caos nas competições, porque aqueles que estiverem infectados ou se isolando não poderiam competir. Autoridades olímpicas e organizadores do evento têm planos de contingência para lidar com infecções entre atletas.

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Um porta-voz da Tóquio 2020 afirmou que a Vila era um local seguro, acrescentando que a taxa de infecção entre atletas e outras pessoas relacionadas aos Jogos visitando o Japão era de quase 0,1%.

No domingo, seis atletas britânicos do atletismo e dois funcionários foram forçados a se isolarem, após uma pessoa do voo que tomaram ao Japão testar positivo.

O último surto de casos em Tóquio acontece após quatro ondas anteriores, a mais letal de todas em janeiro. Novos casos de Covid-19 em Tóquio alcançaram 1.410 no sábado, a maior marca desde o começo do ano. Novas infecções passaram de 1.000 por cinco dias seguidos.

A maioria desses novos casos é entre pessoas jovens, porque o Japão conseguiu vacinar a sua população mais idosa com pelo menos uma dose, embora apenas 32% da população geral tenha recebido uma dose da vacina.

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